Machu Picchu é deslumbrante, diz leitora; veja roteiro de 7 dias pelo Peru
A leitora Rafa Britto aproveitou o feriado de Carnaval (e mais alguns dias) para, junto com a esposa Camilla, visitar o Peru e explorar Lima, Cusco e Machu Picchu, uma das sete maravilhas do mundo moderno. Ela compartilhou com o Check-in seu roteiro de sete dias e algumas impressões sobre o país vizinho.
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Eu e minha esposa Camilla tínhamos de 2 a 9 de março para visitar Lima, Cusco e, claro, Machu Picchu. Chegamos na capital às 21h do sábado (2 de março). Um transporte bem eficiente e que utilizamos bastante por lá foi o Uber, podem pedir sem medo. O trânsito de Lima (e do país como um todo) é um caos. Quase não tem sinalização, sem preferências e muita buzina.
1º dia – 3 de março (domingo) | LIMA
O Parque Kennedy é uma gracinha e aproveitamos para conhecer os arredores de Miraflores, bairro mais gracioso de Lima, comparando com os demais que passamos. Fomos andando para o sítio arqueológico Huaca Pucllana. Vale super a pena, fica bem no meio de Miraflores, pertinho e bem interessante para começar a entrar no universo histórico do Peru.
De lá, fomos ao restaurante Pescados Capitales. Incrível, vale demais cada centavo (e nem é tão absurdo assim, preço justo). Pedi uma causa de atum sensacional e Camilla pediu uma massa de frutos do mar, igualmente bom. O ceviche de entrada é divino.
Nos dedicamos bastante a experimentar duas iguarias bem peruanas em praticamente todos os lugares em que parávamos: ceviche e pisco sour.
Após o almoço, fomos conhecer o shopping Larcomar. Bom para ver vitrine de um lado e, do outro, um pôr do sol único com vista para o mar. Ao lado dele tem o Parque Central Miraflores, com um gramado imenso, e seguimos para o Parque del Amor. De lá, esticamos para a orla logo abaixo, descendo inúmeros degraus de escadas (descida é tranquilo sim, mas prepare as panturrilhas).
2º dia – 4 de março (segunda) | LIMA
Tiramos o dia para conhecer o centro histórico de Lima, como a Catedral, o Palacio de La Unión e a Igreja de São Domingo. A praça principal é bem cuidada e circulada por edifícios históricos. Conferimos a troca da guarda. Andando pelos arredores, descobrimos o El Cordano, local clássico com 104 anos. Por ser clássico, claro que pedimos ceviche e pisco sour.
Falando em pisco, na mesma praça tem um Museu del Pisco, que fomos imaginando ser de fato um museu, mas não é. É um bar especializado na bebida com o nome de “museu”. Vale a pena só para conhecer os diferentes tipos e os vários drinques que podem ser feito a partir dessa cachaça de uva.
Circulando ainda próximo –adoramos sair emburacando pelas ruazinhas e descobrir coisas não programadas previamente–, conhecemos um mercado de artesanato (na rua paralela à principal) e nele, o El Marque, uma vinoteca e licoteria. Indicamos demais, pois eles vendem todos os tipos de pisco e apetrechos para os drinques.
3º dia – 5 de março (terça) | LIMA – CUSCO
Para ir de Lima a Cusco, apostamos na companhia aérea de baixo custo VivaAir. Fujam dela. Sem comunicar com eficácia os detalhes que acompanham o preço barato –como a obrigatoriedade de apresentar o check-in impresso (enquanto no mundo inteiro entramos só com o QR code no celular). Tivemos que pagar várias taxas extras, como bagagem de mão e marcação de assentos. E o atendimento é péssimo.
Contratamos um motorista local, o Jorge, para fazer os passeios por Cusco conosco. Ele conhecia bastante da cultura inca e da história da cidade e valeu o investimento, que era o mesmo do aluguel de carro.
Nos hospedamos no The Lux Hostel, lugar com equipe atenciosa. Nos deixaram fazer o check-in às 7h da manhã e imprimiram nosso check-in da volta. No barzinho de lá, tem pisco sour em dobro todo dia.
Tiramos o dia para alimentação leve e nos ambientar à altitude, já que Cusco fica 3.400 metros acima do nível do mar. Conhecemos a Catedral e o Mosteiro, nos arredores da praça principal, andamos pelas ruelas, jantamos mais tarde no italiano bem caseiro e aconchegante Don Marcelo, bem perto da Plaza de Armas e ótimo custo-benefício. Só o vinho da casa que não vale a pena.
4º dia – 6 de março (quarta) | CUSCO – ÁGUAS CALIENTES
O Jorge, motorista, nos pegou cedo e nos levou do hostel a um dos carros que fazem o transporte de Cusco para a estação de trem na cidade de Ollantaytambo, de onde pegamos o trem às 8h30 (tem duas empresas que fazem, e fomos pela Perurail). Nos arrependemos, pois os carros não são novos, vão cheio de desconhecidos, o que deixa apertado atrás. Além disso, é totalmente “com emoção”, pois os motoristas vão muito rápido, em uma estrada cheia de curvas e precipícios.
Chegamos a Águas Calientes por volta das 11h e deixamos as malas na pousada Andino Hotel, bem mais ou menos, mas ok para o custo-benefício de uma estadia apenas. O café do desjejum estava frio! Ponto positivo é que era praticamente ao lado da estação e próximo aos restaurantes mais tops.
Finalmente chegou a vez do ápice da viagem: conhecer Machu Picchu. Após deixar as malas na pousada, fomos ao ponto de ônibus e trocamos as passagens impressas online pelos tíquetes (existe um local bem próximo com vários guichês só para isso), sem dificuldade alguma. Pela época do ano, tampouco pegamos filas, nem para o ônibus, nem para entrar no parque.
Chegando lá em pouco mais de 30 minutos, logo encontramos um guia, experiente mas apressado. Após juntarmos mais seis pessoas, entramos e começamos o passeio. Dá pra fazer tudo sem guia, claro, mas perde-se muito pela história de como a civilização funcionava ali. Lá dentro não pegamos fila alguma e nem multidão, a temporada era considerada baixa e com chuvas, embora não tenha chovido.
De fato, Machu Picchu é tudo isso que falam, para além das lindas fotos que rende. É deslumbrante. Ah, no final, há um carimbo com o símbolo das ruínas para colocar no passaporte, grátis. 🙂 Voltamos a Águas Calientes no final da tarde e demos uma volta rápida pelo mercado de artesanato. Próximo à linha do trem, sentamos no Mapacho Craft Beer Restaurant, local com cerveja artesanal, ótimo pisco sour e com vista para o rio. Experimentamos lá o típico lomo saltado, bem parecido com nosso filé, bem bom.
5º dia – 7 de março (quinta) | ÁGUAS CALIENTES – CUSCO
Pegamos o trem às 8h30 rumo a Ollantaytambo e o guia que contratamos nos pegou na porta da estação. Começamos então o passeio por alguns pontos turísticos até voltar de vez a Cusco.
Começamos pelo sítio arqueológico inca na própria cidade de Ollantaytambo e, logo depois, seguimos para Moray. É bem interessante ver como a civilização da época lidava com a agricultura, de forma muito técnica e inteligente!
Logo depois seguimos a Salineras de Maras, gostamos muito também, ainda mais porque trata-se hoje em dia de um trabalho de várias famílias, que cuidam do sal e o vendem como gourmet. Por fim, fomos a Chinchero, que não vale muito a pena, cá entre nós, uma cidade pequena que vive do turista ir lá conhecer como se faz os trabalhos com a lã de llama e de Alpaca.
Chegamos a Cusco por volta de 15h30 e fomos almoçar no restaurante Ceviche, na Plaza das Armas, bem caro e não muito bom. O resto do dia, cansadas, ficamos no hostel só tomando o pisco sour em dobro.
6º dia – 8 de março (sexta) | CUSCO – LIMA
Eu e Camilla saímos cedo do hostel (depois de tomar café) para visitar o mercado de Cusco, o Mercado Central de San Pedro. Nada demais, mas vale a visita, pois é um local com itens que todo turista se interessa (café artesanal, roupas incas), mas também tem muita fruta e verdura.
Voltamos a Lima e chegamos à noite. Deixamos as coisas e saímos a pé por Miraflores. Paramos no café Juan Valdez e seguimos para comer pizza e tomar um drinque em um restaurante italiano, no mercado chamado Balboa.
7º e último dia – 9 de março (sábado) | LIMA – SÃO PAULO
Dia de voltar pra casa. Como o voo era logo cedo, tomamos café numa cafeteria super charmosinha em Miraflores, para fechar com chave de ouro. Comida deliciosa, atendimento ótimo e preço justo: San Antonio Pastry.
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Aviso aos passageiros 1: O acesso de turistas a dois templos e a uma pirâmide de Machu Picchu foram limitadas temporariamente em maio, para evitar desgastes pelo excesso de pessoas.
Aviso aos passageiros 2: O sítio arqueológico tem um tour acessível para cadeirantes, em que a agência de turismo Wheel the World reserva hotéis, traslados e cadeiras de rodas adaptadas para trilhas.