Casal conta os desafios de subir o Chacaltaya, na Bolívia
Em 2017, Sandro e Carla visitaram La Paz, na Bolívia, e aproveitaram para subir a montanha Chacaltaya, próxima à cidade.
A subida não exige equipamentos apropriados, mas sim um bom preparo físico para ir até o topo. E também roupas adequadas, já que lá em cima o frio é congelante.
Como diz Sandro em seu relato, “as rajadas de vento pareciam que penetravam no âmago da alma”. Confira abaixo como foi a experiência para eles.
Eu sei que em tempos de coronavírus não podemos viajar, e muitas vezes nem sair de casa. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.
*
No inverno de 2017, estive em La Paz.
Nessa viagem, a minha maior expectativa era visitar o Chacaltaya –pico dos Andes com 5.395 metros de elevação. Outrora, fora a estação de esqui mais alta do mundo.
Atualmente, está desativada em razão das alterações climáticas.
Nesse dia, sentíamos um frio extenuante (o termômetro marcava -5ºC). As rajadas de vento pareciam que penetravam no âmago da alma…
Da antiga estação até o pico da montanha, há uma trilha de duzentos metros. Cada passo era feito com um excessivo esforço. Afinal, a altura provocava efeitos deletérios como a náusea e a taquicardia.
Na metade do percurso, a minha esposa quis ensaiar um choro (ela sempre teve um enorme desconforto com a altitude).
Naquele momento, saquei do meu casaco algumas folhas de coca. A planta foi de grande valia para mitigar os efeitos do ar rarefeito. Secularmente, os povos andinos mascavam a “koka” para amenizar o famigerado soroche, o mal da montanha.
Juntos, subimos os metros faltantes.
No pináculo da montanha, fomos recompensados com uma volatilidade de cores e com uma dança de imagens jamais presenciada (os matizes do branco e do cinza variavam segundo o ângulo observado).
Hoje me surpreendo com a bravura da Carla (minha adorável esposa). No fim da subida foi possível vê-la, leve e tranquila, flanando na neve a mais de cinco mil metros de altitude.
Durante este isolamento social, em decorrência da pandemia da Covid-19, memórias como estas têm sido um grande alento. Assim, anelamos que este período de confinamento seja breve, que tudo e todos sejam como antes –o otimismo é imperativo neste momento atual– para novamente crescermos com as experiências, com as descobertas e com os aprendizados das viagens no mundo lá fora.
*
Aviso aos passageiros 1: O fotógrafo Sidney Dupeyrat visitou a Patagônia chilena e descreveu ao blog suas paisagens deslumbrantes
Aviso aos passageiros 2: O casal João Paulo Mileski e Carina Furlanetto rodou o Brasil e a América do Sul a bordo de um carro 1.0 e contou as aventuras e desventuras da jornada