Cachoeira da Baronesa é boa opção para se refrescar no Rio de Janeiro

A pandemia ainda não acabou, mas muita gente já tem feito passeios e pequenas viagens, respeitando os protocolos de segurança. Esse foi o caso da Nathaly Fogaça (@nathalyfogacaa), idealizadora da Agência Vamos, empresa turística voltada ao público feminino.

Ela aproveitou um domingo desses para visitar o Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. Entre fontes antigas, casas de arquitetura centenária e caminhada pela mata, conheceu a Cachoeira (ou Cascata) da Baronesa.

Em tempos de coronavírus nossas viagens ficaram mais restritas. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

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Os domingos costumam ser bem animados no Rio de Janeiro, mesmo ainda em clima de pandemia.

As pessoas saem de suas casas para aproveitar ao ar livre. O Aterro do Flamengo fecha para os carros e abre para as pessoas. As bicicletas laranjinhas passeiam de um lado para o outro. As praias enchem, as altinhas acontecem e os vendedores de mate e biscoito Globo não param. E lá, mais no alto, longe do mar e das aglomerações, a floresta respira. E numa tarde de domingo carioca, depois de ter bebido umas cervejinhas no sábado à noite, resolvi aceitar o convite da minha amiga Isa para caminharmos na floresta e suar um pouco. Sem dúvida ia renovar as energias. 

Há um tempo estávamos no “vamos marcar…”. Queríamos muito um encontro assim na floresta, e ambas desejávamos uma caminhada para relaxar e ampliar a mente.

Como chegar à pracinha

Nos encontramos perto do metrô Uruguai, última estação da linha 01 do metrô (que atualmente custa R$ 5) e bem próxima da floresta (inclusive, saindo do metrô já é possível sentir a diferença de temperatura em relação ao centro/beira-mar e ver ainda mais o contraste do verde-floresta com o cinza-asfalto). Dali você pode subir de ônibus (301 ou 302) ou transporte compartilhado (uber, 99taxis etc) até a entrada do Parque Nacional da Tijuca. Encontrei a Isa de carro e subimos juntas até a Praça Afonso Viseu, carinhosamente chamada de “pracinha” por aqueles que combinam de fazer alguma atividade na floresta. 

O que levei na mochila

Na mochila, água, um casaco e pão com pasta de amendoim. Na cabeça, nenhuma ideia de qual trilha faríamos. No coração, uma vontade grande de respirar o ar puro de uma das maiores florestas urbanas do mundo, a Floresta da Tijuca, e nos conectarmos com essa natureza mais selvagem e protegida que essa unidade de conservação oferece aos visitantes.

Estacionamos o carro e, numa breve caminhada até o portão do Parque (setor Carioca), já foi possível viajar no tempo por meio da arquitetura das casas da região, que são grandes, com lindos jardins e datas que beiram 1900. Eu me senti na novela das seis.

Centro de Visitantes e outros atrativos da região

A partir do portão do Parque (que abre às 8h e fecha às 17h), com poucos minutos de caminhada pela estrada de asfalto em meio à floresta, chegamos à Cascatinha Taunay (onde é permitida apenas a apreciação, sem banho). Ali perto também está o Centro de Visitantes, onde você vai encontrar água, banheiro, muitos folhetos informativos, mapas, fotos e uma breve exposição sobre a região, além de funcionários do Parque Nacional que podem te auxiliar com informações.

Seguimos caminhando pela estrada, ainda sem muitos planos de qual atrativo visitaríamos. Uma das possibilidades era subir ao Pico da Tijuca, mas como já estava tarde (mais ou menos 13h) para iniciar uma trilha de 7 km (só de ida), deixamos essa opção para outro dia. 

Outra ideia refrescante era ir até a Cachoeira das Almas, uma das mais conhecidas da região, mas como era domingo, supomos que estaria com bastante gente. Então, em busca de um trajeto tranquilo, sem muitas pessoas pelo caminho e recheado de histórias, seguimos para a Cachoeira da Baronesa –que eu nunca tinha ouvido falar, mas que me chamou a atenção pelo nome.

Um pouco da história do Rio de Janeiro

A Floresta da Tijuca tem uma forte relação com o período imperial da cidade e, caminhando pela região do Alto da Boa Vista, você sempre vai esbarrar com algum resquício desse período. Fontes de água, mapas, placas e também casas (que hoje têm outras funções dentro do Parque) contam a história da segunda capital do Brasil. Visitar a Cachoeira da Baronesa fez com que eu me sentisse importante e imperial (kkkk), além de imaginar como viviam, agiam e se vestiam as pessoas numa época tão tão distante.

A Isa já conhecia esse caminho e aproveitou para me apresentar alguns outros atrativos da região que eu não conhecia. Começamos pela Fonte Wallace, uma fonte de ferro fundido de 1876 que representa a beleza das quatro cariátides (figuras femininas que representavam virtudes humanas), simbolizando a bondade, a caridade, a simplicidade e a sobriedade. 

A fonte está no Jardim dos Manacás, uma praça charmosa e silenciosa na mata onde tenho certeza de que as baronesas faziam leves caminhadas e se sentavam ali para jogar conversa fora e refletir na difícil vida da realeza. 

Seguindo mais adiante, passamos pelo restaurante Os Esquilos, uma dessas casas antigas que, hoje, tem uma nova função. Observar os detalhes dessa arquitetura antiga e o jardim bem cuidado ao fundo me transportou, de novo, para o período imperial.

Campo Escola de Escalada

Seguimos em caminhada pela estrada (entre 1 h e 1h30 de ida) até a beira da cachoeira. Antes disso, a Isa chamou atenção para algumas rochas próximas dali que formam pequenas cavernas. Pedi para acessarmos aquele local onde há algumas paredes de escalada. Depois, descobrimos que o nome daquele setor é Campo Escola 2000, com paredes de boulder e escalada esportiva que vão de 7º a 10º (ou seja, bem difíceis!). Ficou o desejo de retornarmos um dia para conhecer e, quem sabe, escalar.

Voltamos para nossa missão de tomar um banho gelado nas águas imperiais. Da estrada para a cachoeira é necessário descer uma breve escada feita de terra, folhas e madeira. É uma descida tranquila, mas um pouco de atenção para não escorregar é importante. Essa descida dá acesso à cachoeira rodeada por uma caverna semiaberta e iluminada, além de árvores imponentes e uma ponte sabe-se-lá-de-quando. Com certeza passavam carruagens por ali!

O resto da tarde foi assim: de conversa, silêncio, fotos, conexão com a mata e banho gelado (no caso, eu só lavei o rosto porque tomar banho gelado naquele momento seria um grande passo fora da minha zona de conforto). 

Começamos o retorno por volta das 16h para estar na entrada do Parque às 17h, quando ele fecha. Repus a água da garrafa nas fontes pelo caminho e, antes de encerrarmos o passeio, observamos algumas formigas caminhando de um lado para o outro com folhas e flores, provavelmente reforçando suas casas para o período de chuvas que se aproxima. 

Para fechar a noite e alimentar nossos estômagos que estavam cheios de fome, paramos em uma lanchonete árabe para comer esfirras e alguns pratos típicos por um preço acessível e um atendimento carinhoso, mesmo sendo noite de domingo e com o estabelecimento prestes a fechar.

Retornei para casa de metrô pensando nisso tudo.

Na floresta, no período imperial, nas formigas e no bom atendimento.

A semana começou diferente.

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Aviso aos passageiros 1: A viajante Isadora Santos visitou a capital paraense e dá dicas de como aproveitar Belém em 48 horas

Aviso aos passageiros 2: Se você gosta de natureza, o casal de cicloviajantes Rafaela Asprino e Antonio Olinto criou um guia da serra do Espinhaço, entre Minas Gerais e Bahia

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do afirmado pela autora do relato, a primeira capital do Brasil foi Salvador, não Rio de Janeiro. O texto foi corrigido.