Escritora conta em livro como é viajar sem dinheiro pelo Brasil

A crise econômica e a pandemia diminuem qualquer vontade de viajar por aí. Uma alternativa a esses obstáculos é diminuir os custos e adotar o slow travel –prática de passar mais tempo no destino.

A escritora Manoela Ramos (@escritoraviajante) está na estrada desde 2016 e já conheceu 24 estados brasileiros, e sempre com a verba reduzida. Tanta experiência rendeu o livro “Confissões de Viajante (Sem Grana)”.

A obra, que completou 3 anos em agosto, é vendida pela própria escritora enquanto viaja por aí –é possível também comprar pela internet.

Manoela, que está à frente do 1º Congresso Nacional de Viajantes Pretos e Pretas, também escreveu “Em Busca do Norte”, sobre suas andanças pelos estados que estão mais próximos à Linha do Equador. Atualmente ela vive na Ilha de Boipeba (BA), onde atua como articuladora turística e cultural.

Abaixo, um trecho de sua primeira obra.

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A primeira coisa a saber é que o único luxo que você pode se dar é o de ser uma viajante, contente-se e seja grata a isso. Qualquer outro comprometerá o luxo de viver viajando. Pra viajar “sem grana” você precisa diminuir dois gastos: passagem e hospedagem. Na passagem o jeito é pedir carona, alguns trechos interestaduais você consegue tirar com a ID jovem. Já a hospedagem tem a possibilidade de trocar serviço em albergue e camping que aceitem a troca. Tem também o couchsurfing, um aplicativo que conecta pessoas que oferecem um “sofá” para os viajantes sem grana. Pronto, depois disso você já chega nativa.

É claro que digo das minhas experiências longe dos centros urbanos. Em cidade de natureza, o ritmo é diferente e as relações entre as pessoas também. Você desfruta do que transmite. Se vai com pouco tempo e muita grana, os nativos te veem como turista e a relação entre vocês será a de prestador de serviço e consumidor. Agora, se você vai com tempo e pouca grana, o caminho é o da amizade. Se você trabalha no local, seja de forma autônoma (vendendo) ou de temporada, você passa a conhecer muita gente: colegas de trabalho, concorrentes e clientes. Então trabalhar é fundamental para ser uma viajante sem grana. Primeiro porque você vai obter dinheiro, segundo e melhor ainda porque você vai fazer amizades, e são essas amizades que te proporcionarão a melhor experiência do local.

Ser viajante não significa ser livre, não mesmo. O que nos aprisiona é a nossa mente e nossos desejos e isso a gente leva para onde vai. Mas as pessoas enxergam liberdade em nós, e isso as fascina. Muitos puxam assunto interessados em nossas experiências. É que realmente temos muita história pra contar!

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Em tempos de coronavírus nossas viagens ficaram mais restritas. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

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Aviso aos passageiros 1: O alpinista e escritor Thomaz Brandolin reuniu histórias de viagem feitas de 1986 a 2012 no livro “Um Outro Mundo lá Fora – Expedições ao Ártico, Antártica, Alasca e Himalaia”

Aviso aos passageiros 2: O casal de jornalistas João Paulo Mileski e Carina Furlanetto viajou pelo Brasil e por países aqui da América do Sul a bordo de um carro 1.0 e lançou um livro sobre a empreitada, o “Crônicas na bagagem: 421 dias na estrada – uma jornada de desprendimento pela América do Sul”