Check-in https://checkin.blogfolha.uol.com.br Relatos de turistas, dicas e serviços de viagem Wed, 01 Dec 2021 12:49:26 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Na estrada desde 2017, família preta viaja de Kombi com destino ao Havaí https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/10/23/na-estrada-desde-2017-familia-preta-viaja-de-kombi-com-destino-ao-havai/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/10/23/na-estrada-desde-2017-familia-preta-viaja-de-kombi-com-destino-ao-havai/#respond Sat, 23 Oct 2021 17:50:54 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/IMG_20210617_001943_129-300x215.jpg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=816 A comunidade de viajantes de Kombi é grande no Brasil. O Check-in, por exemplo, já contou a história dos casais Tainá/Thiago e Juliana/Gustavo, que estão percorrendo as estradas brasileiras com esse que é um veículo amado por muita gente.

Hoje, o blog vê aumentar a família de amantes de Kombi, e com a experiência de uma família. E o legal é que os Barros (@familyontheroad21) trazem diversidade para a comunidade viajante, já que, além de serem negros, estão levando duas crianças para conhecer o Brasil.

A ideia não é ficar só aqui no país, e sim rodar até o Havaí.

Na estrada desde 2017, ThaisaFellipe e seus filhos viajaram pelo Sudeste antes de passarem um bom tempo desbravando a Bahia.

Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

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Uma família preta viajando de Kombi rumo ao Havaí. Repetindo: uma família preta viajando de Kombi rumo ao Havaí. É verdade esse bilhete!!! 

Em 2017, o despertar. Para uns, loucos. Para outros, gênios. E assim partimos certos de que sim, a vida vale mais que uma carga horária de 40 horas semanais e uma conta que nunca vai fechar. 

Ela, socióloga, ativista do útero, puérpera, amamentando os dois ao mesmo tempo, professora, terapeuta, palestrante, apresentadora de TV: uma empreendedora convicta e multipotencial assumida. Ele, deficiente, educador físico, atleta paralímpico de triatlo, mestre em política pública e formação humana, terapeuta, músico, compositor e outras tantas coisas mais. 

Juntos nos tornamos mestres em “sevirologia”, sempre ali na ponta da criação e das infinitas possibilidades que a nossa escolha em sermos uma família negra e nômade pudesse nos trazer. Aprendemos na jornada que o melhor de nós está em dividir o que somos e não só o que fazemos. 

E algumas perguntas que nunca faltam: “Como vocês se sustentam?” “E a escola das crianças?” “Por que o Havaí?” 

Então, vamos lá: partimos em 2017 do Rio de Janeiro para Ubatuba, onde passaríamos um tempo numa ecovila que não deu certo. Daí fizemos algumas cidades e capitais do Sudeste e seguimos rumo ao país chamado Bahia. 

Com o tempo, percebemos que, para a experiência que queríamos com essa viagem, precisávamos de mais dias em cada cidade, além de ser bem mais econômico. Adotamos, então, o slow travel como modelo de viagem. Assim, criamos laços mais duradouros com a comunidade e o próprio lugar, e nos hospedamos em locais incríveis com um preço mais justo. 

O lema aqui é: sermos nativos do mundo todo. Estamos seguindo o plano. 

Já rodamos a Bahia de norte a sul, leste a oeste, estivemos em cidades do sertão, do recôncavo baiano, do litoral norte e litoral sul, e nossa Salvador, é claro! Daqui seguimos pelo litoral nordestino, saímos do Brasil pelo Norte e viajamos pelas Américas até o México. Depois, Los Angeles e, logo ali, o sonho: Havaí. 

E com que dinheiro vocês vão fazer isso tudo? Bora lá: saímos da corrida de ratos onde deixamos tudo para “um dia quando eu tiver dinheiro”, ou “quando eu me aposentar”, ou… ou… ou… 

A vida é agora e perrengue não tem nos faltado, mas vivemos o presente com tudo o que ele pode nos dar e um dos maiores aprendizados tem sido —anota aí—: o suprimento do Universo é invisível. Maaas, vão aí alguns dos nossos corres: atendimentos terapêuticos, cursos, palestras, brincantes, shows. Temos também o Brownie Viajante e, é claro, na busca constante por patrocínio para nossos projetos pilotos: a família viajante, o paratriatleta e a apresentadora de TV. 

Quanto à escola das crianças, somos educadores por natureza e também de formação acadêmica e optamos por desescolarizá-los e ensiná-los em casa. Isso bem antes do que hoje o mundo inteiro viveu como única opção devido à pandemia. E não sei se vocês sabem, mas a primeira socialização, ou seja, a primeira infância, deve ser feita pela família. O tal primeiro setênio. Assim seguimos o roteiro, embora o diferente aqui é que somos uma família preta. 

A família tem aproveitado os últimos tempos para conhecer a Bahia (Arquivo pessoal)

Ahhhhh e o Havaí? E por que não o continente africano? Bem, volta duas casas. Voltou? Estamos viajando de Kombi e uma primeira versão da viagem pelas Américas e por terra ficou bem mais ” fácil”, e é óbvio que a segunda temporada será em solo africano. Além disso, o papai paratriatleta se desafiou a ser o primeiro e talvez único deficiente a completar uma prova de ultralongadistância e a prova é no Havaí, em outubro de 2023. Na primeira temporada a meta era chegar nas Paralimpíadas de Tóquio, mas a sua deficiência não foi incluída nas categorias e ele ficou fora da disputa.

Nosso propósito é ocupar também lugares onde não encontramos os nossos iguais. Cansamos de ser a única família preta no rolê. E não venha nos falar em sensacionalismos e tente se recordar: quantas famílias pretas você viu nas redes sociais, nos canais de comunicação, num site de notícias, que vivem a vida viajando? 

Eis mais um dos nossos porquês. E quanto ao legado pros nossos pequenos, hoje com 7 e 5 anos, é que nada e nem ninguém pode definir quem eles são ou o tamanho dos seus sonhos. Eles, e você também que nos lê, podem ser, fazer ou ter o que quiserem. Ouse sonhar e mais ainda ouse realizar! 

A vida pede mais. 

Saiba mais dessa jornada em @familyontheroad21.

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Aviso aos passageiros 1: Quem também caiu na estrada de carro é o casal Lucas e Maíra, que passou a viajar pelo país durante a pandemia

Aviso aos passageiros 2: Caso você seja do time que gosta de escutar podcasts, aqui está uma lista com 9 opções para quem faz mochilão, viagem de carro ou é nômade digital

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Escritora conta em livro como é viajar sem dinheiro pelo Brasil https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/10/05/escritora-conta-em-livro-como-e-viajar-sem-dinheiro-pelo-brasil/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/10/05/escritora-conta-em-livro-como-e-viajar-sem-dinheiro-pelo-brasil/#respond Tue, 05 Oct 2021 13:15:48 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/Manoela-Ramos-viajando-300x215.jpg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=796

A crise econômica e a pandemia diminuem qualquer vontade de viajar por aí. Uma alternativa a esses obstáculos é diminuir os custos e adotar o slow travel –prática de passar mais tempo no destino.

A escritora Manoela Ramos (@escritoraviajante) está na estrada desde 2016 e já conheceu 24 estados brasileiros, e sempre com a verba reduzida. Tanta experiência rendeu o livro “Confissões de Viajante (Sem Grana)”.

A obra, que completou 3 anos em agosto, é vendida pela própria escritora enquanto viaja por aí –é possível também comprar pela internet.

Manoela, que está à frente do 1º Congresso Nacional de Viajantes Pretos e Pretas, também escreveu “Em Busca do Norte”, sobre suas andanças pelos estados que estão mais próximos à Linha do Equador. Atualmente ela vive na Ilha de Boipeba (BA), onde atua como articuladora turística e cultural.

Abaixo, um trecho de sua primeira obra.

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A primeira coisa a saber é que o único luxo que você pode se dar é o de ser uma viajante, contente-se e seja grata a isso. Qualquer outro comprometerá o luxo de viver viajando. Pra viajar “sem grana” você precisa diminuir dois gastos: passagem e hospedagem. Na passagem o jeito é pedir carona, alguns trechos interestaduais você consegue tirar com a ID jovem. Já a hospedagem tem a possibilidade de trocar serviço em albergue e camping que aceitem a troca. Tem também o couchsurfing, um aplicativo que conecta pessoas que oferecem um “sofá” para os viajantes sem grana. Pronto, depois disso você já chega nativa.

É claro que digo das minhas experiências longe dos centros urbanos. Em cidade de natureza, o ritmo é diferente e as relações entre as pessoas também. Você desfruta do que transmite. Se vai com pouco tempo e muita grana, os nativos te veem como turista e a relação entre vocês será a de prestador de serviço e consumidor. Agora, se você vai com tempo e pouca grana, o caminho é o da amizade. Se você trabalha no local, seja de forma autônoma (vendendo) ou de temporada, você passa a conhecer muita gente: colegas de trabalho, concorrentes e clientes. Então trabalhar é fundamental para ser uma viajante sem grana. Primeiro porque você vai obter dinheiro, segundo e melhor ainda porque você vai fazer amizades, e são essas amizades que te proporcionarão a melhor experiência do local.

Ser viajante não significa ser livre, não mesmo. O que nos aprisiona é a nossa mente e nossos desejos e isso a gente leva para onde vai. Mas as pessoas enxergam liberdade em nós, e isso as fascina. Muitos puxam assunto interessados em nossas experiências. É que realmente temos muita história pra contar!

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Em tempos de coronavírus nossas viagens ficaram mais restritas. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

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Aviso aos passageiros 1: O alpinista e escritor Thomaz Brandolin reuniu histórias de viagem feitas de 1986 a 2012 no livro “Um Outro Mundo lá Fora – Expedições ao Ártico, Antártica, Alasca e Himalaia”

Aviso aos passageiros 2: O casal de jornalistas João Paulo Mileski e Carina Furlanetto viajou pelo Brasil e por países aqui da América do Sul a bordo de um carro 1.0 e lançou um livro sobre a empreitada, o “Crônicas na bagagem: 421 dias na estrada – uma jornada de desprendimento pela América do Sul”

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Viajante relembra excursão a Maceió com passeios, praias e piscinas naturais https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/08/17/viajante-relembra-excursao-a-maceio-com-passeios-praias-e-piscinas-naturais/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/08/17/viajante-relembra-excursao-a-maceio-com-passeios-praias-e-piscinas-naturais/#respond Tue, 17 Aug 2021 14:15:30 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/9-ilhas-300x215.jpg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=788 Nada é melhor do que recordar bons momentos. É assim que Junior Lopes começa o seu relato. E é essa a intenção do Check-in em tempos pandêmicos.

Ele, um apaixonado por viagens, relembra a excursão que fez para Maceió em 2018. Foram vários dias de passeios, praias, drinques e muita diversão em grupo.

Em tempos de coronavírus nossas viagens ficaram mais restritas. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

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Nada é melhor do que recordar bons momentos. E nessa pandemia em que fomos privados de fazer uma série de coisas, bom mesmo é lembrar as viagens que fizemos. Nesse sentido, gostaria de compartilhar com vocês uma que fiz para Maceió em 2018, época em que aglomerar não era um problema e, por isso, fizemos a viagem em um grupo, com 23 pessoas.

Maceió é muito linda! E essa excursão em 2018 foi muito especial. O grupo era unido e passamos dias incríveis de praia, sol, mar, forró, o famoso chiclete de camarão e muitas guloseimas.

A nossa viagem começou no dia 20/10/2018, um sábado. Saímos de Santos e fomos em direção ao Aeroporto de Congonhas em São Paulo.

Um ônibus estava nos esperando em frente ao Orquidário e às 8h30 seguimos para o aeroporto. Nosso voo da Gol saiu às 13h25 com destino a Maceió.

Chegamos com tempo sobrando ao aeroporto, ainda deu tempo de comer um lanchinho e comprar chocolate para levar no avião. Fizemos uma viagem tranquila, em um voo que durou 3 horas.

Aterrissamos lá às 16h20, recepcionados pelo verão de Maceió e pelo guia Hélio, um rapaz muito simpático que nos levou ao ônibus que estava à nossa espera.
No caminho, ele nos contou várias histórias sobre a cidade. Nos pediu paciência quanto aos atendentes, pois disse que lá o pessoal trabalha com “taleeennnto” (ou seja, costumam fazer as coisas mais devagar, “lento”, diferentemente da correria louca que temos em São Paulo, por exemplo). Ele também deu uma esplanada de como seriam nossos passeios e nos deixou no Maceió Mar Hotel.

Nesse primeiro dia tivemos a tarde livre para curtir o pôr do sol da praia e a piscina do hotel –o jantar foi no próprio estabelecimento. Aliás, a excursão foi montada com sistema de meia-pensão, em que tivemos todos os dias o jantar incluso, além do café da manhã.

No dia seguinte, um domingo, fomos para a Praia do Gunga. O grupo se reuniu pela manhã às 8h, e seguimos no ônibus. A praia é conhecida pela abundância de coqueiros e por sua extraordinária beleza natural.

O trajeto de ônibus foi de aproximadamente 50 minutos. Mas o guia era tão simpático e foi contando tanta história que nem deu para ver o tempo passar.

A praia dispõe de uma boa infraestrutura para atender os visitantes. Fica situada em uma curva sinuosa entre o oceano Atlântico e a lagoa do Roteiro. Tem de um lado um extenso pontal de areia branca, com águas calmas, e, do outro lado, uma sequência de coqueiros a perder de vista, com mar aberto e falésias coloridas.

A praia é boa para visitar em qualquer situação: quando a maré está baixa, piscinas naturais são formadas, e com a maré alta, a água doce do rio encontra a água salgada do mar, um espetáculo da natureza.

Além da paisagem perfeita, a praia oferece estrutura de lazer (aluguel de equipamentos náuticos, buggys e quadricíclos), bares, restaurantes e lojas de artesanato.

Logo na chegada fizemos um passeio de barco de aproximadamente 30 minutos, saindo de Barra de São Miguel com destino à praia do Gunga. O nosso ponto de encontro era a famosa barraca Gunga Beach.

A maioria do grupo optou por fazer um passeio de jipe (que nos foi ofertado lá mesmo) para ver as lindas falésias e os coqueiros a perder de vista. A paisagem lá é maravilhosa, um passeio que não pode deixar de ser feito se você estiver pensando em ir para Maceió.

Na segunda-feira, saímos às 11h30 para fazer um passeio conhecido como “passeio das 9 ilhas”. O trajeto do nosso hotel até o Pontal da Barra durou cerca de 25 minutos.

Antes de realizar o passeio, almoçamos em um restaurante, O Peixarão, onde comemos um delicioso peixe acompanhado de uma cervejinha.

Esse passeio é um refúgio para a alma, perfeito para descontrair, recompor energias e refletir sobre as coisas boas da vida. Os encantos de uma jornada em um lugar paradisíaco com tudo que ele pode oferecer.

Situado no complexo lagunar de Mundaú-Manguaba, as Nove Ilhas são um arquipélago fluviomarinho, sendo que oito destas ilhas ficam em Maceió, enquanto a outra se localiza na cidade vizinha, Marechal Deodoro.

O trajeto pelas águas das lagoas acontece através de uma escuna. Embora o arquipélago seja composto por nove ilhas, oito delas são rodeadas por bancos de areia e mangues, o que impossibilita o acesso de embarcações. Apenas a ilha Carlito oferece condições seguras para recepcionar os turistas.

Lá, tivemos a oportunidade de tomar um banho de piscina e ter acesso ao bar da ilha para tomar um drinque e pedir petiscos de frutos do mar.

São nove ilhas e dezenas de motivos pelos quais vale a pena realizar o passeio. Na volta tivemos a oportunidade de vislumbrar o mais belo pôr do sol nordestino. Uma verdadeira obra de arte!

No retorno visitamos o Pontal da Barra, uma rua com muitos artesanatos locais. São várias lojas com os famosos bordados filé, sorvetes artesanais, cachaças locais e vários outros tipos de lembranças.

Na terça, os organizadores da excursão nos deram um dia livre para curtirmos a capital alagoana, uma pequena pausa para recarregar as baterias.

A maioria do grupo foi curtir as piscinas naturais de Pajuçara, que é um passeio fantástico! Pegamos uma jangada na beira da praia e seguimos mar adentro, até que chega um ponto em que é possível ficar de pé dentro da água (e isso a cerca de 1 km de distância da areia da praia). Ali pudemos ver vários peixinhos que vinham perto de nós, algumas pedras que davam para ficar em pé para tirarmos fotos e, pasmem, tinha um “bar aquático flutuante” onde vinham nos oferecer frutos do mar.

Algumas pessoas optaram por ficar na praia que ficava em frente ao hotel, a praia Ponta Verde.

A feirinha de artesanato foi um outro atrativo visitado, pois lá tem de tudo um pouco. Venda de bordados, cachaças, camisetas, redes, entre outras lembranças para você levar de Maceió.

À tarde, o grupo voltou a se reunir, e almoçamos em um restaurante delicioso próximo à praia onde comemos o famoso “chiclete de camarão”, prato típico local com camarão e muito queijo. Estava uma delícia!

À noite, fomos curtir música ao vivo no Lopana, um bar muito charmoso com boa comida e excelente repertório musical. Ficamos até altas horas jogando conversa fora e lembrando os momentos em que passamos juntos. Depois retornamos ao hotel para uma boa noite de sono.

No dia seguinte, na quarta, saímos do nosso hotel às 8h. O trajeto até o complexo Dunas de Marapé durou cerca de 55 minutos.

Após uma rápida travessia de barco (5 minutos) foi possível desfrutar do mágico encanto de uma praia de areias brancas, protegida suavemente por uma barreira de recifes.

O complexo Dunas de Marapé oferece serviço de bar, restaurante com culinárias regionais e passeios opcionais como o passeio Circuito Pau de Arara e a Trilha dos Caetés.

A poucos passos estão às águas do rio Jequiá, tentação para um delicioso banho nesta parte do paraíso. Sua abundante vegetação nativa nos deleita com a presença de simpáticos saguis, entre outras espécies características da região. As dunas fixas e falésias esculpidas pela natureza são uma excelente opção para uma caminhada à beira mar.

Pegamos uma mesa na areia da praia, ficamos batendo papo e tomando uns drinques. O dia estava lindo e nessa altura todos do grupo já tinham se tornado amigos.

O encontro do rio com o mar rendeu belas fotos. Tanto o mar quanto o rio são ótimos para banho.

O almoço nesse passeio estava incluído no pacote da excursão, uma refeição muito bem servida.

Depois desse dia incrível, o guia nos deixou no hotel para tomarmos banho para sairmos à noite. Fomos na casa de forró Maikai, chegamos cedo para pegar uma das poucas e disputadas mesas, mas deu tudo certo. O grupo todo se divertiu muito, pois havia dançarinos da casa que ficavam tirando as pessoas para dançar –não teve como ninguém ficar parado.

Retornamos ao hotel para um descanso, pois ninguém é de ferro!

Na quinta, saímos um pouco mais cedo do hotel, por volta das 7h. Fomos para Maragogi e suas incríveis piscinas naturais, conhecidas como Galés de Maragogi. O trajeto durou cerca de 2 horas.

No caminho fizemos um amigo secreto promovido pela agência de turismo. Foi muito divertido, e achamos a ideia dos organizadores excelente, pois mesmo sendo um lugar distante, mais uma vez nem vimos o tempo passar, além disso as lembranças eram os artesanatos, o que fez com que ajudássemos ainda mais o comércio local.

Chegando na praia, tivemos a sorte de pegar a maré baixa e aproveitamos as piscinas naturais, por sinal, as maiores de Alagoas. A seis quilômetros da costa, os aquários naturais reuniam peixes, crustáceos, moluscos e corais de variadas espécies.

Até quem não sabe nadar aproveitou demais o passeio. Máscara de mergulho, snorkels e equipamentos de mergulho foram oferecidos opcionalmente, para ver os peixinhos que nadaram próximos a nós, uma experiência encantadora.

Nosso ponto de encontro foi o restaurante Pontal de Maragogi que ofereceu guarda-sóis e cadeiras. Havia um restaurante delicioso e almoçamos por lá.

Como tudo que é bom dura pouco, chegamos ao último dia da nossa viagem para Maceió, e retorno para casa. Na sexta, tomamos café da manhã no hotel, e às 10h o ônibus saiu para o aeroporto.

O voo estava marcado para as 12h35 com destino a São Paulo (Congonhas), e chegamos no aeroporto paulistano às 15h35, onde um outro ônibus estava nos esperando para o retorno à Santos.

Uma viagem maravilhosa em um lugar paradisíaco! Lembranças e memórias para guardar para a vida toda!

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Aviso aos passageiros 1: Também em Alagoas, a Costa dos Corais é destino único e inesquecível, de acordo com o jornalista Lucas Bicudo

Aviso aos passageiros 2: Caso você goste de natureza, Capitólio (MG) recebe bem tutores e seus pets em paisagens paradisíacas

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Após AVC, idoso cadeirante chega ao topo da serra da Corcova, em Roraima https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/06/26/apos-avc-idoso-cadeirante-chega-ao-topo-da-serra-da-corcova-em-roraima/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/06/26/apos-avc-idoso-cadeirante-chega-ao-topo-da-serra-da-corcova-em-roraima/#respond Sat, 26 Jun 2021 18:16:49 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/162464978760d6303be2beb_1624649787_3x2_md-300x215.jpg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=761 Evandro Almada, o tio Evandro, tinha um sonho antigo de subir ao topo da serra da Corcova, de 1.040 m, em Roraima. Ele, no entanto, sofreu um AVC em 2002 e ficou com certas sequelas, como algumas funções motoras comprometidas.

Um grupo de voluntários, sabendo do desejo do tio Evandro, se uniu e ajudou o homem de 72 anos a realizar seu sonho, no fim de maio.

Quem conta a história é Márcia Rebeca, uma trilheira com 4 anos de experiência no Norte.

Em tempos de coronavírus nossas viagens ficaram mais restritas. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

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Um quintal com muita natureza, cachoeiras e serras. É nesse lugar que o sr. Evandro Almada, o tio Evandro, construiu seu sítio, há 28 anos.

Esse é o local de acesso à serra da Corcova, uma formação de 1.040 metros de altitude, no município de Iracema (RR). As expedições para o topo acontecem com certa frequência entre montanhistas, mas a última foi diferente.

Cada grupo de montanhista que chegava ao sítio ficava sabendo do sonho do tio Evandro: subir a serra. Ele queria viver a experiência, mas ela não seria fácil. Se preparou para a expedição mas, em 2002, um AVC hemorrágico mudou seus planos. Ao invés da expedição, ele precisou passar por cirurgia e ficar hospitalizado. Teve algumas funções motoras comprometidas.

Com a evolução do tratamento, voltou a ficar de pé e caminhar com a dificuldade de quem ficou com as sequelas do acidente. O desejo continuava ali, só esperando o momento de ser realizado.

Foi aí que o grupo Radical é ser do Bem entrou em ação. São voluntários que amam a combinação natureza, esporte e aventura, mas que sentem que mais pessoas precisam viver essa experiência. Pessoas como o tio Evandro que, por sua dificuldade de locomoção, acreditava ser impossível realizar um sonho.

Com o apoio do grupo Montanha para Todos, que em 2020 enviou a Julietti, uma cadeira construída e adaptada para essas atividades, um grupo de 34 voluntários, de Manaus e Boa Vista, se uniu na missão de realizar o sonho do tio Evandro.

Foram 4 dias de expedição para que o grupo seguisse em segurança por dentro da floresta. A cada etapa vencida, o brilho no olhar do tio Evandro contagiava a todos.

Os desafios de realizar uma expedição na floresta amazônica (umidade, chuva, fauna, solo) foram muitos, e superados com a alegria do tio Evandro, a garra e a união dos voluntários que se revezavam na cadeira, a descontração na hora das refeições e na montagem do acampamento.

Entre os voluntários, havia pessoas que faziam trilhas pela primeira vez e socorristas experientes em selva e montanha. Foi uma verdadeira integração na busca por tornar o montanhismo uma prática inclusiva.

“Primeiro quero agradecer a Deus e depois a cada um de vocês. Dinheiro nenhum paga a doação de vocês para que eu realizasse meu sonho”, disse ele, em meio a lágrimas, ao lado de um dos filhos e da esposa, ao final da expedição.

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Aviso aos passageiros 1: A aventureira Beatriz Pianalto de Azevedo é praticamente uma sócia do Check-in, pois já contou inúmeras peripécias por aqui. Entre elas, a vez em que desbravou o Auyantepui, na Venezuela, e o Pico da Neblina, o ponto mais alto do Brasil

Aviso aos passageiros 2: O alpinista e escritor Thomaz Brandolin contou como foi escalar o Monte McKinley ou Denali, o ponto mais alto da América do Norte

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Casal viaja de Kombi com seu cachorro e conta como é a vida na estrada https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/05/29/casal-viaja-de-kombi-com-seu-cachorro-e-conta-como-e-a-vida-na-estrada/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/05/29/casal-viaja-de-kombi-com-seu-cachorro-e-conta-como-e-a-vida-na-estrada/#respond Sat, 29 May 2021 18:13:31 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2021/05/WhatsApp-Image-2021-05-28-at-16.03.54-1-300x215.jpeg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=729 Cada dia que passa o blog Check-in aumenta a lista de histórias de gente que viaja de carro por aí. A mais recente foi do casal Tainá e Thiago e de sua Kombi Penélope.

Outra dupla que também caiu na estrada nos últimos tempos foi o Gustavo Brentan, 24, e a Juliana Galleoti, 27. E eles estão percorrendo o país ao lado do Skol, seu yorkshire de 4 anos, e da Cremilda, a Kombi pau pra toda obra.

A família (@EuElaeoSkol) começou a viagem há três meses e nesse período conheceu Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Abaixo, eles contam de onde surgiu essa ideia de rodar o Brasil e um pouco de suas experiências.

Em tempos de coronavírus nossas viagens ficaram mais restritas. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

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Somos Juliana, Gustavo e o Skol, nosso yorkshire que viaja com a gente na Cremilda, nossa Kombi home, e viemos da capital paulista. Quem mora em cidade grande sabe a loucura que é viver todos os dias. Ele trabalhava com vendas e eu tinha uma função mais administrativa na empresa do meu pai.

O Gustavo decidiu largar tudo para focar o projeto da Kombi e o canal do YouTube e eu ainda consigo fazer alguns trabalhos para ajudar a gente a se manter na estrada. Além disso, eu vendo macramê e estamos criando algumas coisas para complementar nossa renda.

A família no começo ficou um pouco apreensiva com a nossa decisão e preocupada com o nosso futuro, mas com o tempo todos entenderam e no final nos apoiaram muito. Decidimos mudar nosso presente e futuro e hoje estamos na estrada.

Faz pouco tempo que iniciamos a jornada Brasil afora, mas já percorremos um caminho incrível e conhecemos pessoas maravilhosas.

Nossa história é típica e padrão como a da grande maioria: sair da escola, ter que começar uma faculdade sem nem saber o que queríamos realmente da vida e trabalhar, trabalhar e trabalhar. Mas a ideia de largar tudo e viajar eu acredito que começou como as outras histórias de viajantes, uma sede de viver mais e aquela vontade de conhecer esse mundão. A única diferença é a forma que cada um teve a iniciativa para isso.

Nós perdíamos horas de nossos dias assistindo pelo YouTube a vários canais de viagem e cada dia que passava sentíamos algo forte no coração que nos dizia para meter as caras e arriscar, só assistir não estava sendo o suficiente.

Quem tem a intenção de iniciar um projeto com uma Kombi e quer montar uma estrutura razoável para se manter na estrada precisa investir um valor significativo. Claro que também dá para começar com coisas mais básicas e aos poucos adquirir o que é mais caro. Nada é impossível para quem se determina a seguir um sonho, então tenha fé.

Um conselho de quem passou na pele pelo perrengue: foque a parte mecânica com um profissional que entenda bem de Kombi. Para economizar, nós, infelizmente, colocamos a parte elétrica e a mecânica na mão de pessoas boas, mas que não tinham tanto conhecimento do modelo que usamos.

Isso acabou fazendo com que o veículo tivesse um curto na parte elétrica e quase pegou fogo. Tivemos que parar no meio da estrada e chamar um auto elétrico para nos ajudar e seguir viagem. Depois do susto, diminuímos a ansiedade de finalizar logo o projeto e seguramos um pouco para poder investir melhor na casinha.

Como vocês podem ver, nem tudo são flores e todos vão ter uma história de perrengue para contar.

Origem do projeto

Voltemos ao momento em que a gente decidiu realizar esse sonho. Conversávamos por dias sobre o assunto e achávamos uma loucura completa. Pensávamos em como seria deixar o trabalho e o apartamento que tinha acabado de ficar com a nossa carinha e que ainda está financiado, e o que os familiares iriam pensar sobre nós.

A ideia principal partiu dos dois, mas o Gustavo teve a iniciativa de dizer que sim. Confesso que depois ele acabou desistindo por questões de trabalho e família, mas não demorou muito para voltar atrás. Já eu topei de cara e, quando ele desistiu, fiquei chateada. Porém ele não demorou muito para retornar à decisão inicial. A primeira coisa que eu disse a ele quando voltou atrás foi que se desistisse novamente eu iria com o Skol.

Tudo parecia surreal e assustador, mas a decisão já tinha sido tomada. Nos organizamos financeiramente e durante dois anos construímos a Cremilda –no nosso canal você encontra tudo sobre a montagem do carro e sobre nossa viagem.

Durante a viagem, eles costumam dormir em wild camping, ou seja, estacionado em qualquer lugar (Arquivo pessoal)

Também tivemos que alugar nosso apartamento antes de viajar para conseguir continuar com o projeto. Como ele ainda estava financiado, o valor consumia muito do nosso orçamento mensal e o projeto levaria mais de dois anos para ser finalizado. Guardamos dinheiro, vendemos nossos carros, objetos e utensílios que não iríamos mais usar para termos um valor inicial para as coisas mais caras.

Durante seis meses moramos com a mãe e o pai do Gustavo para o valor da nossa renda diminuir e a gente conseguir direcionar para a Kombi. E pudemos, com muito esforço, fazer tudo. Cometemos alguns erros de principiante com a parte mecânica, mas no final foi resolvido e a Cremilda ficou maravilhosa.

Já estamos há três meses pelo Brasil, dormimos em posto de gasolina, camping e wild camping (lugares na rua). Nesses últimos tempos tivemos alguns altos e baixos, mas confesso que nunca fomos tão felizes e realizados. A ideia era passar um ano na estrada e hoje temos vontade de ficar mais tempo.

Experiências na estrada

Iniciamos a jornada por Minas Gerais e nosso primeiro wild camping foi em Capitólio. Estávamos dormindo em um terreno na beira do rio e, na primeira noite sozinhos no meio do nada, caiu a maior chuva com raios e trovões. Ficamos desesperados, morrendo de medo.

Decidimos deixar o medo de lado e ver o poder do universo de camarote. Abrimos as janelas da Kombi e admiramos a beleza da chuva com os raios e o barulho dos trovões. Parece assustador e no começo foi um pouco, mas depois foi incrível poder estar ali vivendo tudo isso.

Andamos de caiaque e podem acreditar: o nosso pequeno Skol vai junto sempre. Ele adora uma aventura! Para quem se pergunta como é levar o cachorro eu digo que é tranquilo, já encontramos viajantes com cães e gatos pela estrada e todos dizem a mesma coisa.

De Minas Gerais conhecemos poucos pontos e nos arrependemos disso. Tínhamos acabado de sair e estávamos muito empolgados, então só queríamos ficar na estrada, não curtíamos tanto os lugares e já partíamos para outro. Hoje, depois desses 3 meses, aquietamos e geralmente ficamos de 7 a 15 dias em cada local.

Depois curtimos o Espírito Santo e foi incrível cada cantinho que a gente passou por lá. Já temos algumas rotas que, com toda a certeza, vamos visitar novamente, mas com mais calma, para poder curtir tudo.

A Pedra Azul foi uma aventura surreal que fizemos. A gente sempre foi sedentário, aquele tipo de pessoa que sabe que precisa se exercitar mas prefere comer McDonald’s vendo série na Netflix. Daí tivemos que fazer um percurso de 10 km andando. Para nossa surpresa –quase gerou um mini infarto–, a trilha tinha uma escalada na pedra de 100 m. Eu sei que 100 m é pouco, mas vai por mim: para quem não está acostumado a subir puxando uma corda e olhando para trás e vendo o precipício, realmente vira uma baita escalada emocionante e bem puxada.

Um outro canto especial dentro do nosso coração é o riacho doce e a pousada do nosso querido amigo Celsão e a mulher dele, Mara, pessoas de amor e luz com quem fizemos uma amizade tão especial que a despedida foi muito triste. A ideia era passar 5 dias e acabamos ficando 17. Tivemos uma experiência incrível ao cuidar 3 dias do restaurante e da pousada. Ele deixou na nossa mão e foi resolver algumas questões na cidade.

Nós aprendemos ali que temos jeito para ter um negócio desse tipo e que cada pessoa que conhecemos ficará guardada em nossos corações para sempre. Aquele lugar é um paraíso escondido depois de Itaúna.

Por agora estamos descobrindo a encantadora Bahia. Já passamos por Prado e conhecemos dois casais incríveis que viajam de motorhome. Construímos uma amizade muito legal e nos falamos quase todos os dias, cada um em seu percurso pela estrada, mas sempre se comunicando e passando dicas pelo caminho. Agora estamos com outras duas Kombis continuando pela Bahia e esperamos ter muitas histórias para contar desse lugar encantador.

Eu confesso que uma das coisas que estamos mais gostando nessa viagem é conhecer pessoas. Independentemente se são viajantes ou não, todos nos trataram muito bem e nos acolheram com todo o coração.

O que posso dizer disso tudo é que se você, independentemente da idade ou do financeiro, tiver um sonho como esse, não tenha medo de se arriscar. Vá atrás com o que você tem, seja Kombi, bicicleta, carro ou até andando. Só não deixe de viver esse sonho e acabar perdendo a oportunidade de viver momentos incríveis e conhecer pessoas fascinantes pelo caminho.

Não me aprofundei muito em falar de nós e sim de como é a sensação de estar vivendo tudo isso. Eu acho que a grande verdade é que tudo que vivemos antes em nossas vidas era só o padrão e que agora sim nós podemos realmente começar a escrever nossa história.

E os sonhos não acabam por aí. Queremos muito continuar essa jornada para fora do Brasil e conhecer esse mundão incrível e escrever mais capítulos da nossa história.

Quem sabe um dia a gente abre um camping para receber vários viajantes como nós e contar para todos um pouco da nossa história? Até lá, vamos viver esses momentos e curtir cada cantinho por onde a gente passar.

*

Aviso aos passageiros 1: O casal Alessandra e Leo estão rodando a América Latina de carro e pretendem conhecer todos os continentes assim. Eles estão lançando um livro que conta como foi o início dessa jornada, o “Estrada para a felicidade”

Aviso aos passageiros 2: Os jornalistas João Paulo Mileski e Carina Furlanetto viajaram pelo Brasil e por países aqui da América do Sul a bordo de um carro 1.0. Eles, inclusive, lançaram recentemente um livro sobre a empreitada, o “Crônicas na bagagem: 421 dias na estrada – uma jornada de desprendimento pela América do Sul”

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Costa dos Corais, no litoral de Alagoas, é destino único e inesquecível https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/04/29/costa-dos-corais-no-litoral-de-alagoas-e-destino-unico-e-inesquecivel/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/04/29/costa-dos-corais-no-litoral-de-alagoas-e-destino-unico-e-inesquecivel/#respond Thu, 29 Apr 2021 17:42:06 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/IMAGEM-01-CAPA-300x215.jpg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=703 O litoral alagoano, com suas belezas naturais, já foi “vendido” aqui no Check-in pelas palavras do jornalista Lucas Bicudo, quando ele escreveu sobre a Praia do Francês.

Desta vez, ele veio nos apresentar (e presentear) o litoral norte do estado. E, de brinde, inúmeras fotos que poderiam estar como fundo de tela do computador.

Em meio à pandemia e ao distanciamento social, o texto a seguir, com suas imagens, é uma boa inspiração.

Em tempos de coronavírus nossas viagens ficaram mais restritas. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

*

Ouvi de alguém, enquanto comia um grude de beira de estrada no meio do litoral norte de Alagoas: “que a paz infinita me encontre em seus coqueirais e que a luz da esperança reflita nas águas limpas que mostram seus corais”. Achei poético.

Mas eu estava ali, no capô de um carro alugado cansado, na estreita AL-101 –comprimida, talvez, pela maior síntese que temos no Brasil de beleza tropical–, sendo esbofeteado de mão aberta com uma variação impressionante de tons de verde e azul que compunham ao redor.

O litoral norte daqui de Alagoas é fundo de tela do Windows. É daqueles lugares que o horizonte até assusta. Serotonina pura: inibição de mau humor, qualquer tipo de agressividade. Endorfina pura: bem-estar, prazer contínuo.

Fiz um roteiro pela chamada Costa dos Corais, que é tudo que vem ao norte de Maceió até Pernambuco, em 2018, mas foi antes de me mudar para cá e morar na Praia do Francês. Era a primeira vez no Nordeste, em um mundo pré-pandêmico.

Bem, de 2018 para 2021 passaram-se aproximadamente 45 anos –não sei se para frente ou para trás. Mas o fato é que, hoje, um pouco mais contextualizado e inserido na expressão cultural daqui, decidi pegar a memória afetiva do repertório que tinha, da novidade, e revisitá-lo com um olhar mais clínico, da experiência, adicionando algumas figurinhas para a coleção e criando um roteiro mais alternativo.

Estamos vivendo um dos períodos mais tristes da nossa história. E um ano depois dessa quebra total de paradigmas, você vai aprendendo a ter alteridade pelos diferentes contextos sem brandar aos ventos palavras maniqueístas.

Vou exemplificar. Sou de São Paulo. Aprendi que é uma cidade extremamente claustrofóbica. Embora, se comparada a Maceió, dê um banho no incentivo de ocupação pública, continua sendo uma cidade claustrofóbica. Tudo é estrutura, tudo tem quatro paredes. No contexto da pandemia, isso é catapultado lá pra cima.

Aqui não. Aqui é diferente. É uma surra de natureza. Mesmo estando na capital ou próximo dela, viver, simplesmente existir, já é estar mais em contato com planos angulares, planos mais abertos. Em um estado com um litoral de 229 quilômetros e mais de 30 praias de todos os tipos, você está sempre em contato com um panorama absurdo e –aqui vem o cerne da questão– opções mais inauditas para conhecer tomando as devidas precauções. Tem hora que a cabeça cede. Hoje eu vivo em um lugar em que eu posso minimamente fazer isso respeitando o espaço da proporção e do cuidado.

Essa era a missão. Principalmente para produzir um conteúdo responsável e responsivo. Entender o momento que estamos vivendo –o roteiro foi feito em uma semana ainda em janeiro de 2021, quando os números estavam “um pouco mais otimistas”–, explorar um Alagoas mais alternativo e trazer as impressões dos detalhes que compõem o litoral norte e o tornam um destino único e inesquecível.

Características da Costa dos Corais, o litoral norte de Alagoas
A Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (APA) é a maior unidade de conservação federal costeiro-marinha do Brasil. São 120 quilômetros de extensão, formado por 440 mil hectares, que passam por 13 municípios, de Tamandaré, em Pernambuco, até Maceió, Alagoas.

Cor da água que é possível encontrar no litoral norte de Alagoas (Nara Almeida/Arquivo pessoal)

No caminho, de Pernambuco para Maceió, o ecossistema costeiro banha as cidades de Barreiros, São José da Coroa Grande, Maragogi, Japaratinga, Porto de Pedras, São Miguel dos Milagres, Passo de Camaragibe, Barra de Santo Antônio e Paripueira.

Formada por três sistemas distintos, a Costa dos Corais ainda avança 33 quilômetros mar adentro. A Mata Atlântica, na área terrestre, o manguezal, formado pela foz dos rios e a floresta submarina.

A subida da maré leva as águas salgadas para o leito do rio e avançam nas suas margens, atingindo a floresta; no retorno, carrega as folhas e outros materiais orgânicos para o leito do rio, transformando esse material em proteína para o alimento dos peixes e outras espécies aquáticas. Ali, é comum encontrar camarões, lagostas, polvos, uma grande variedade de peixes e até mamíferos grandes, como o peixe-boi.

Em Japaratinga, existem espécies ameaçadas de extinção em volume gigantesco, como uma coleção de recifes de corais do tipo cérebro.

Maragogi é tudo isso mesmo que falam? Vale se hospedar por lá?
O grude da beira da estrada já era um papel melequento que derretia com o sol que entrava pela janela. Já estava próximo de Maragogi, a cidade escolhida para ser sede da viagem. A ideia era conhecer o resto do litoral de cima para baixo, de Maragogi para Maceió. São 127 quilômetros que separam as duas cidades.

Existem duas formas de chegar até lá. Ir pela Rota dos Milagres, costeando as praias e pegando uma balsa para atravessar de Porto de Pedras para Japaratinga; ou indo por cima, logo depois de São Luís do Quitunde, sem descer para Passo de Camaragibe.

A primeira opção é mais longa, mas é mais bonita e razoavelmente mais segura. A segunda opção é mais rápida, mas não é moleza não. Vá a passeio e viaje pelo dia: as condições da estrada não são boas. Chega a ser um descaso a rodovia que conecta a principal cidade do estado para seu principal ponto turístico estar naquelas condições.

A escolha de hospedagem em Maragogi foi uma confluência de fatores, que me levaram até lá. Não nos cabe aqui discuti-los, mas, categoricamente, digo que foi um erro. Não pelo lugar em que me hospedei.

Aluguei um apartamento completo no Flat Marbello, por R$ 150 a diária. Com cozinha, uma cama de casal e uma cama de solteiro. Foi bem bacana a experiência. Ele fica bem na entrada da cidade, na praça Júlio Uchoa, e bem perto do centro, de onde partem todos os passeios da cidade. Além desse apartamento completo, eles também possuem opções com duas camas de solteiro ou com uma cama de casal, menores, só quarto mesmo. A diária para esses está na casa de R$ 80.

Opção de apartamento no Flat Marbello (Divulgação)

Se hospedar em Maragogi foi um erro em alguns sentidos. O primeiro eu já previa, que era se acomodar –embora eu ficaria pouco por lá– na cidade que leva o nome de Alagoas por todo o país. Mesmo em pandemia, a cidade estava cheia. Imagino o que é aquilo em um verão sem restrições. Esse é o ponto um. É um lugar movimentado.

A consequência disso é a infraestrutura para receber todo esse movimento. Maragogi não tem. É uma cidade em construção. Você observa isso nos batentes das casas, dos estabelecimentos. É uma cidade que está crescendo, evoluindo, mas ainda não atende o gigantesco volume de procura pelo destino, principalmente depois dos estímulos midiáticos para a região, iniciado pelos pacotes CVC, pela construção de resorts e pelo aquecimento do destino São Miguel dos Milagres.

Vista da cidade de Maragogi (Victor Veronesi/Arquivo pessoal)

Sobrecarrega, desequilibra e a corda estoura para algumas coisas que eu não consigo passar batido: redes de esgoto indo parar diretamente na praia –vou usar letras garrafais: AQUELA PRAIA!

Um último e não menos importante ponto de atenção é que Maragogi fica em um dos extremos do litoral. Ficar hospedado em uma localização mais estratégica, mais central, seria uma opção melhor para conhecer mais praias pela Costa dos Corais.

Maragogi decepciona por conta disso. Você tem uma praia paradisíaca, é um dos lugares mais bonitos do mundo, mas o mínimo de estímulo que existe está nos braços de seu povo, que tenta ter uma vida melhor enquanto um monte de turistas por lá transitam. De resto –segunda vez que eu uso essa palavra– descaso total. Você tem um bem danado em suas mãos e não cuida.

Mas falo tudo isso por saber que eu também queimei a língua em outras coisas. Como por exemplo:

O que você precisa fazer ao visitar Maragogi (roteiro de 2 dias)

Piscinas Naturais
Piscinas naturais. Se o tom estava pesado para Maragogi, agora a brincadeira muda. As piscinas naturais de Maragogi não são desse mundo. É uma fenda no espaço-tempo em que corre um líquido divino de rejuvenescimento e vida. É impressionante.

É possível encontrar águas cristalinas em Maragogi (Lucas Bicudo/Arquivo pessoal)

Aqui tem outro ponto de atenção. Se você escolheu ir para Maragogi é porque já deve ter visto alguma coisa de lá que te impressionou. Águas cristalinas, peixes nadando ao seu lado, croas de areia cortando o mar. São nas piscinas naturais que você encontra isso. A praia na encosta de Maragogi é leitosa. Não é uma água transparente; é uma coisa mais carregada, turva. Ainda é um absurdo? É um absurdo. É aquele azul berilo inconfundível, alagoano, sem essa de caribe. É um azul do Brasil, lindo, mas leitoso, mexido.

Para ir até as piscinas, você pega uma jangada –pelo preço de R$ 100 a cabeça– e vai até o meio do mar, onde uma barreira de corais cria um complexo de floresta subaquática que você pode nadar e mergulhar livremente.

Vale também dizer que o passeio das piscinas naturais funciona dentro da regra de ouro de Alagoas: é durante a maré baixa. Por isso, se programe para fazer no momento em que a maré estiver secando. Você pode acompanhar a tábua de marés de Maragogi pelo Tideschart.

Praia de Antunes
Vamos tirar uma coisa da frente: Maragogi não tem só a praia do centro de Maragogi –e o lasco que eu descasquei. Tem Barra Grande, Ponta do Mangue, Burgalhau, Peroba, Xaréu. A questão do esgoto, por exemplo, é rapidamente resolvida indo para qualquer uma dessas praias vizinhas.

Elas ainda terão todo o aspecto paradisíaco e você pode se esbaldar. Confesso, entretanto, que achei todas razoavelmente parecidas. Longe de reclamar. Mas uma delas achei a exceção da regra, o ponto fora da curva: Praia de Antunes, ao norte de Maragogi.

É possível encontrar águas cristalinas em Maragogi (Nara Almeida/Arquivo pessoal)

Antunes é uma praia diferenciada. Sabe a questão da orla ser leitosa? De encontrar água cristalina só nas piscinas naturais? Antunes, quando está seca, fica cristalina cristalina (perdoe-me a redundância no texto, mas é pela força da expressão). É um –usando pela terceira vez a palavra, mas agora com o sentido totalmente oposto– descaso total. Você fica lá jogado, numa piscininha cristalina. Descaso. Desbunde. Vale um dia todo por lá.

Tem um único contraponto, que tem seus lados para serem ponderados. Ela é uma praia que você precisa entrar pelos coqueirais para chegar. O estacionamento costumava ser lá na frente, mas como é uma das praias mais famosas da região, para preservá-la, decidiram recuar o estacionamento para espaços na beira da estrada.

Não são bem planejados e às vezes só te resta o acostamento. É perigoso, além de custar na mão das pessoas que assumiram ali uma posição de cuidar do seu carro. Mas, no fim, a praia está sendo preservada. Reparar um estacionamento é infinitamente mais sensato do que reparar um impacto ambiental.

Aqui também está dentro da regrinha: aproveite para conhecer durante a maré baixa. Por isso, se programe para fazer no momento em que a maré estiver secando. Ali em cima tem o link para acessar o site de tábua de marés.

Esse é o motivo de separar dois dias para conhecer Maragogi. São dois passeios de maré baixa. Piscinas naturais e Antunes. Não faça na correria, aproveite para se esbaldar com a praia bem sequinha. Esse é o charme.

A terceira e consequente indicação você consegue fazer quando quiser. É para encerrar o dia bem.

Pôr do sol no mirante de Maragogi
Para além disso, Maragogi entrega também um pôr do sol bem impactante. No Mirante de Maragogi, alguns quilômetros ao lado da entrada da cidade, sentido Japaratinga, você poderá ver do alto de um morro o sol caindo atrás de um vasto campo de coqueiros.

Normalmente, o pôr do sol de praia é assistindo ao sol caindo por detrás dos coqueiros, porque você está na praia. Seu ponto de visão é de baixo. Esse daqui é de cima. Você tem uma dimensão do tamanho real e da extensão do coqueiral e uma visão privilegiada do sol caindo sobre o horizonte. Vale a pena terminar o dia por lá.

Mais do que isso –piscinas naturais, Praia de Antunes e pôr do sol no mirante–, Maragogi não tem necessariamente minha recomendação. É lindo, claro, mas o interessante ficou mesmo para o que estava reservado para os próximos dias.

Estrutura de serviço de Maragogi
Pelo momento em que estamos vivendo, não me aventurei por aí para conhecer bares e restaurantes ou serviços de praia. Mas algumas coisas precisam ser pontuadas: tanto Maragogi quanto Antunes possuem toda a infra necessária para que você passe um dia por lá munido de serviços básicos. Caso opte por desbravar os cantos mais isolados e por lá sua canga estender, é sempre bom levar um lanchinho e muita água.

Bitingui: charme e tranquilidade em Japaratinga (roteiro de 1 dia, mas que pode ser até 2)
Se Maragogi é uma cidade em construção, nada parece finalizado, Japaratinga já tem uma cara. E é uma cara muito charmosa. Vila de pescador, tempos de outrora, de um povo que tem uma relação anímica com aquelas águas.

Entre Maragogi e Porto de Pedras, são seis as praias de águas em tons verde-esmeralda de Japaratinga. Dirigir pelos 15 quilômetros de extensão beira-mar é uma experiência que já vale a pena passar. Por ter uma geografia acidentada, ao longo do percurso existem diversos mirantes, que valem a pena parar só para se espreguiçar e respirar fundo. É tudo muito bonito. É um spa para a alma. Tudo te estimula.

Passados os dois primeiros dias de viagem, a escolha para parar na sequência foi pela praia de Bitingui, já no extremo sentido Porto de Pedras.

Vista da praia de Bitingui (Lucas Bicudo/Arquivo pessoal)

Decidi atracar no Camboa, um restaurante-bar pé na areia, que serviu de base para consumir uma coisinha ou outra ao longo do dia. Além de funcionar como estacionamento, a infraestrutura é uma delícia e os preços são ótimos. Você consegue comer um bom peixe, por exemplo, numa base de preço de R$ 85; já bebida, uma caipirinha sai por R$ 9 ou uma cerveja por R$ 11.

Para conhecer Japaratinga toda, você precisa de no mínimo três dias. Para conhecer o Bitingui, é um dia de praia que é necessário, mas fica aqui o apelo para um segundo. Eu quero muito conseguir transmitir com essas palavras o sentimento de tranquilidade que lá passava. Se tinha dez pessoas por ali, era muito. Era uma praia paradisíaca, vazia, com uma sombra primorosa projetada pelos coqueiros.

Fiquei horas. Deitado, de bobeira. Andando, explorando. Mas mais do que tudo isso, sempre na cabeça pensando quando seria a próxima vez que eu estaria ali, porque é difícil abrir sua mente para um lugar desse e não voltar a viver aquilo. Tanto que rendeu um segundo dia. Fizemos dois dias de Bitingui, tamanho foi o envolvimento com a paz que aquele lugar trazia.

A recomendação de hospedagem em Japaratinga, como alternativa para Maragogi, é o aconchegante Bitingui Praia Hotel. Com uma arquitetura discreta e horizontal, que não impacta na silhueta da praia, você pode ficar em um dos chalés ou apartamentos com vista para o mar. As diárias variam conforme o período do ano, mas um apartamento duplo (com duas camas de solteiro ou uma de casal), fica mais ou menos na casa de R$ 300. Existem espaços maiores conforme sua pretensão, se estiver em família, com amigos.

Vista aérea do Bitingui Praia Hotel (Divulgação)

Dizem que Japaratinga é o primo tímido de Maragogi. Só de escrever essas últimas palavras já achei mais dois ou três motivos para te recomendar ficar em Japaratinga e não em Maragogi. Tranquilidade, mais calma, uma gastronomia interessante, opções de hospedagem mais atrativas, natureza mais viva. Não é o primo tímido. E a beleza de Alagoas é essa. Em uma distância de 10 quilômetros que os separam, você tem duas das praias mais bonitas do Brasil.

Se você está procurando agito, vá para Maragogi e conheça Japaratinga. Se você está procurando tranquilidade, como o momento pede, vá para Japaratinga e passe por Maragogi.

Descendo mais ainda para além de Bitingui, atravessando a balsa do farol de Porto de Pedras, no ponto onde o mar encontra o rio Manguaba, já tinha traçado a próxima parada, no nosso quinto dia de viagem.

Estrutura de serviço de Japaratinga e do Bitingui
Japaratinga é muito conhecida por ter uma gastronomia bem autêntica e local, coisa de vila de pescador. Pela cidade, você certamente irá achar o que precisa para sanar quaisquer necessidades que tiver. Novamente, pelo momento em que estamos, não me aventurei por esse tipo de experiência. Verdade que acabei usando o serviço de praia do Camboa como base no Bitingui, mas lá é uma coisa muito mais isolada, e que me permitia estar usufruindo da estrutura do lugar em um canto mais meu. De certa forma, o que tenho para falar aqui serve da mesma maneira que pontuei em Maragogi: você encontrará tanto em Japaratinga, quanto no Bitingui, toda a infra necessária para que passe um dia por lá munido de serviço básico. Bateu fome, tem. Quer beber algo, tem.

Na praia do Bitingui, em Alagoas, é possível comer no Camboa (Victor Veronesi/Arquivo pessoal)

Igualmente: caso aproveite a praia com a sua canga, mochila e o sonho do mundo nas costas, leve lanche e muita água. Essas ponderações são importantes para os próximos destinos, que você precisa de fato se preparar para passar um dia com tudo tranquilo.

Tatuamunha: praia, rio e o santuário da Costa dos Corais (roteiro de 1 dia)
Tatuamunha leva a alcunha de santuário. Beatificação. Não por menos. Vou introduzir só com uma foto.

Tatuamunha, no litoral norte de Alagoas (Lucas Bicudo/Arquivo pessoal)

O povoado de Tatuamunha fica em Porto de Pedras, no norte da Rota dos Milagres. O rio Tatuamunha atravessa uma área manguezal até chegar na praia mais surpreendente e absurda que conheci aqui em Alagoas e na minha vida.

Esse estuário, conhecido como Boca do Rio, é tão rico e poderoso, que cada vez que você visita você o encontra de uma maneira distinta. Na maré baixa, quando o mar seca e o rio avança, você encontrará na praia os tons de azul mais indescritíveis.

Rio Tatuamunha atravessa uma área de manguezal até chegar na praia, em Alagoas (Victor Veronesi/Arquivo pessoal)

No rio, a água fica mais escura, de rio mesmo, e há mais chances de esbarrar com um peixe-boi, nativo da região, nadando feliz e livremente. Na maré alta, toda a água do mar entra para o rio –perfeito para quem gosta de tomar banho em rio com água salgada e cristalina.

Com a maré secando, vale cair no rio um pouco para cima e deixar a correnteza te levar até o encontro com o mar. Queria ter feito com uma boia. É uma experiência bem gostosa, de estar no ponto de intersecção entre duas forças que pintam uma das mais belas paisagens de Alagoas.

Tatuamunha também é outra atração natural no litoral de Alagoas (Lucas Bicudo/Arquivo pessoal)

O roteiro para Tatuamunha, caso esteja de passagem, é preciso de um único dia. São duas experiências diferentes: a da maré cheia e a da maré seca. Se o dia amanhecer com a maré cheia, aproveite para tomar banho de rio e, conforme ela for secando, você vai para o mar. Se o dia amanhecer com a maré baixa, comece pelo mar, e, conforme ela for enchendo, vá para o rio.

Estrutura de serviço de Tatuamunha
Como disse, estou pontuando essa questão da estrutura de serviço, porque aqui em Tatuamunha é o caso que você vai precisar encher o porta-malas. Faça um cooler com bebidas, prepare o lanche para o dia todo. É um diamante. Um canto inexplorado. Faça seu piquenique e certifique-se de não deixar nenhum lixo para trás.

Passo de Camaragibe: praia deserta e hotel fazenda no campo (roteiro de 1 dia)
No outro extremo da Rota dos Milagres, sul em direção a Maceió, Passo de Camaragibe, nosso destino no sexto e último dia, que fechou a semana na estrada, é outra daquelas gratas surpresas, principalmente por, em questão de poucos quilômetros, te proporcionar uma experiência em uma praia totalmente deserta e outra em um hotel fazenda no meio dos morros da pequena serra que desce até essa parte do litoral.

Suas praias, Barra de Camaragibe e Praia do Marceneiro, quilômetros 0 e 3, respectivamente, da Rota dos Milagres, valem demais a parada. Embora um pouco mais discretas em exuberância se comparadas às já mencionadas por aqui, a Praia do Marceneiro, por exemplo, possui um passeio de piscinas naturais mais intimista e tão impressionante quanto. Já Barra de Camaragibe foi a vez que mais vi uma praia seca durante minhas andanças aqui por Alagoas.

Praia dos Morros
O que acontece é que antes do quilômetro zero, em Barra, quando a estrada faz a curva bem no encontro do Rio Camaragibe com o mar, você pode fazer uma travessia na direção contrária, passando pelo rio e chegando na Praia dos Morros, um paraíso deserto.

É possível visitar a praia dos Morros no litoral de Alagoas (Nara Almeida/Arquivo pessoal)

Para atravessar, o barco custa em média R$ 10 por pessoa, ida e volta. Tenha dinheiro em mãos e chegue cedo, porque a última travessia acontece lá para as 15h30.

Você pode também pegar uma bicicleta, atravessar de barco e fazer um passeio pelo lado lá. Há algumas pessoas que disponibilizam o serviço e te guiam por um tour até as falésias da Praia dos Morros. Para mais informações, você pode falar com o Toninho, que está presente no Instagram e pode te ajudar. O valor do passeio custa em média R$ 60 por pessoa.

É possível visitar a praia dos Morros no litoral de Alagoas (Lucas Bicudo/Arquivo pessoal)

Estrutura de serviço da Praia dos Morros
A Praia dos Morros é totalmente deserta. Se você for para fazer o passeio de bicicleta, esteja munido de água. Bastante água. Se for para aproveitar algumas horinhas por lá, se prepare o suficiente para ter o conforto necessário. Não tem nenhum tipo de infraestrutura por lá.

Hotel Cambará
Uma semana de praia intensa castiga. Eu já estava que nem o saco daquele grude, definhando no banco enquanto o sol batia forte. Por isso decidi incluir o Hotel Cambará nesse roteiro. Foi que nem passar um hidratante em uma pele ardida.

Passei a manhã toda na Praia dos Morros e me aventurei no meio da pequena serra que liga Barra de Santo Antônio a Passo de Camaragibe. É um tipo completamente diferente de experiência. Você tem uma experiência de fazenda, daquele clima bucólico –só que a 9 quilômetros da Rota de Milagres, daquela surra de praia.

Achei um tipo de hospedagem interessantíssimo para o lugar. Foge de 99% do que é oferecido como opção. Você consegue se desconectar do combo sal-areia e aproveita um hotel fazenda que, pasmem, chega a fazer um friozinho à noite dependendo da época do ano. Você tem esse conforto como sede e pode equilibrar com uma oferta de praias gigantesca.

Hotel Cambará é uma opção de hospedagem no litoral alagoano (Divulgação)

A pernoite do Cambará, para um casal, começa em torno de R$ 250, com café da manhã incluso. Para uso diário, caso queira curtir as instalações do hotel fazenda, fica R$ 49,90 para adultos e R$ 14,90 para crianças abaixo de 10 anos. Passei meio dia e almocei um carneiro guizado espetacular. Vale a pedida.

Gigante pela própria natureza
A Costa dos Corais é gigante por sua própria natureza. É aquela sensação de se pegar mais de uma vez olhando para qualquer coisa e tentando processar estar ali de fato. É coisa de filme, é coisa do limite da imaginação. Feche os olhos e pense em algo paradisíaco. Sua cabeça vai te levar para lá. Agradecido pela oportunidade de experimentar e pelo esforço daqueles que lutam para manter tudo isso vivo.

Manter para garantir a conservação dos recifes coralígenos e de arenito, com sua fauna e flora; manter a integridade do habitat e preservar a população do peixe-boi marinho; proteger os manguezais em toda a sua extensão, situados ao longo das desembocaduras dos rios, com sua fauna e flora.

Mais do que isso: ordenar o turismo ecológico, científico e cultural, e demais atividades econômicas compatíveis com a conservação ambiental, para além, incentivar sempre as manifestações culturais e contribuir para o resgate da diversidade cultural regional.

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Aviso aos passageiros 1: Longe do mar, mais precisamente no interior goiano, é possível fazer uma peregrinação pelo Caminho de Cora Coralina e ainda conhecer mais sobre a poetisa local

Aviso aos passageiros 2: Conhecido por ‘Mar de Minas’, Capitólio recebe bem tutores e seus pets em paisagens paradisíacas

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Caminho de Cora Coralina, em Goiás, é tema de documentário independente https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/04/16/caminho-de-cora-coralina-em-goias-e-tema-de-documentario-independente/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/04/16/caminho-de-cora-coralina-em-goias-e-tema-de-documentario-independente/#respond Fri, 16 Apr 2021 17:05:39 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/16185918036079c03b5a0d0_1618591803_3x2_md-300x215.jpg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=694 O Caminho de Santiago de Compostela é uma marca registrada, conhecido por religiosos e ateus. E é também almejado por muitos viajantes, já que suas várias rotas permitem diferentes paisagens e desafios.

Da mesma forma, o Brasil tem suas rotas de peregrinação –religiosas ou não–, porém menos conhecidas do grande público. Um exemplo é o Caminho de Cora Coralina, no interior de Goiás, voltado a caminhantes ou ciclistas.

Montado em 2013, o trajeto se dedica a mostrar um pouco da região onde nasceu e cresceu a poetisa e para onde voltou após viver 45 anos em São Paulo. Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas nasceu em 1889 e adotou o pseudônimo de Cora Coralina. “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias mais”, seu primeiro livro, veio ao mundo quando a autora já tinha 76 anos. Ao todo, a goiana, falecida em 1985, tem mais de uma dezena de obras publicadas.

A rota de mais de 300 km começa em Corumbá de Goiás e, após fazendas, chácaras e cidades (desde aquelas com ruas de lajota até as com trânsito considerável), termina em Cidade de Goiás. É com o objetivo de mostrar essa peregrinação que Richard Oliveira (@vidademochila) produziu o documentário “Um Mochileiro no Caminho de Cora Coralina”.

O filme acompanha o trajeto do goiano dia a dia, desde a sua dúvida, ainda antes de começar, se conseguirá completar a rota, até sua surpresa ao ver que vai ficando mais resistente com o passar do tempo.

Gravado tudo por ele mesmo, o documentário permeia imagens em solo de sua caminhada (com a câmera presa em cercas ou árvores) e também filmadas por drone. Estas, em ambundância, são bastante contemplativas, mostrando paisagens típicas do interior do Centro-Oeste, como cachoeiras, estradas de terra e trilhos de trem.

O momento mais tocante é quando ele chega ao local onde foi enterrado Chico Mineiro, que inspirou a canção homônima de Tonico e Tinoco. Richard, ao rememorar as lembranças de infância, quando viajava com a família, se emociona ao falar do pai, já morto.

Não é de hoje que o goiano viaja por aí. Na bagagem, ele tem um mochilão pela América Latina, que durou 622 dias, e outras expedições menores pelo Brasil, todas documentadas em webséries.

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Em tempos de coronavírus nossas viagens ficaram mais restritas. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

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Aviso aos passageiros 1: Se não perdi você para os vídeos do Richard, recomendo o documentário “Caminho da Superação”, sobre Santiago de Compostela. O filme, sobre o qual falei aqui, acompanha 6 peregrinos na famosa rota espanhola

Aviso aos passageiros 2: Também escrevi sobre o longa “Na Selva”, sobre a história real de um mochileiro, vivido por Daniel Radcliffe, se embrenhando pela Amazônia boliviana. Outro filme de viagem que já apareceu aqui é o road movie “4L”, sobre uma expedição de carro pelo Saara

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Em viagem pelo Brasil, motociclista roda por Pantanal e Amazônia https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/04/06/em-viagem-pelo-brasil-motociclista-roda-por-pantanal-e-amazonia/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/04/06/em-viagem-pelo-brasil-motociclista-roda-por-pantanal-e-amazonia/#respond Tue, 06 Apr 2021 17:35:21 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/10-300x215.jpg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=685 Após um ano de pandemia decretada pela OMS, a vontade de cair na estrada só aumenta. Pode ser de avião, carro, moto, bike ou a pé, o que importa é mudar de ares.

O Thiago Guido (@guidaodemoto) já contou aqui como foi sua viagem de moto pelo sul da América e também quando cruzou estados do Sudeste e do Nordeste. Tudo a bordo de sua Honda Bros 160cc ano 2017.

A aventura mais recente dele, que diz viajar no estilo BR (Baixa Renda), foi pelo Centro-Oeste e pelo Norte, quando ele visitou o Pantanal e a Amazônia. Foram seis estados e muita lama no caminho.

Em tempos de coronavírus não é recomendado viajar e nem sair de casa. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

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Meu nome é Thiago Guido, tenho 40 anos e sou criador do canal no YouTube Guidão de Moto, onde compartilho viagens, passeios, cursos, dicas, acessórios e outras coisas do mundo das duas rodas, na esperança de incentivar sonhadores a se tornarem viajantes. Todas as minhas aventuras estão registradas em forma de filmes e séries.

Destinos como Pantanal e Amazônia fizeram dessa viagem uma das melhores que já fiz até hoje, cruzando dessa vez 6 estados, durante 12 dias, rodando um total de quase 7.500 km. Aqui vai um resumo do que foi essa grande aventura.

1º dia
Essa aventura começou na capital paulista e teve como destino primário Rondonópolis (MT). Como eram quase 1.400 km, a viagem foi dividida. Algo que me chamou atenção foi a enorme poluição passando por Santa Gertrudes (SP) e próximo de Araraquara (SP). Depois de quase mil km rodados no 1º dia e de cruzar a divisa dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, hora de estacionar, armar o acampamento e descansar. O local escolhido foi um posto de gasolina pouco antes de Chapadão do Sul (MS).

2º dia
O primeiro destino já estava muito próximo e deu para rodar bem mais tranquilo. Foram pouco mais de 400 km até Rondonópolis (MT), onde aconteceu um encontro sensacional com alguns youtubers da cidade que sigo há bastante tempo. Nesse dia a noite foi ótima, numa cama confortável, com direito a marmita, banho e ventilador.

3º dia
Anderson, amigo que deu apoio e hospedagem, seguiu junto na viagem com sua Tronado 250cc e o destino do dia foi Porto Jofre (MT), no coração do Pantanal. Um dos melhores trechos da viagem. Fizemos a travessia (ida) da Transpantaneira que começa em Poconé (MT). São quase 150 km de puro off-road na estrada com o maior número de pontes DO MUNDO!!! Depois de ver diversos animais, incluindo jacarés, ficamos hospedados no Rancho do Azevedo, local super agradável e, o melhor de tudo, tinha até ar condicionado.

4º dia
Saímos de Porto Jofre (MT) sentido Porto Velho (RO) e fizemos novamente a travessia da Transpantaneira (volta). Novamente vimos diversos animais e foi super divertido, inclusive ter que passar em uma ponte em manutenção com um buraco ENORME e bem perigoso. Em Poconé (MT) me despedi do Anderson e segui viagem. Perto das 5 horas da tarde foi hora de estacionar, montar acampamento, fazer o jantar e dormir. A noite foi ótima. Nesse dia a saudade da família começou a apertar. Chorei de saudade do meu filho.

5º dia
Barraca desmontada, hora de continuar a jornada e ainda faltava muito para Porto Velho (RO). Depois de rodar bastante, a hospedagem ficou por conta do Furão, um companheiro de estrada dono de uma oficina de motos em Ji-Paraná (RO). O hotel foi lá mesmo, no meio das motos, dentro da oficina. Jantamos e a noite foi agradável, com dois ventiladores que fizeram até frio.

6º dia
De lá o destino era Realidade (AM), já no trecho de terra da BR-319. Depois de quase ficar sem gasolina, abasteci em Humaitá (AM) e já estava no meio da selva amazônica. Ao parar para ouvir a natureza, um silêncio energético. Logo depois de 50 km de puro off-road, ainda no início da noite a barraca já estava montada no posto de gasolina de Realidade (AM). Nessa noite minha tomada USB e o fio de carregar meu celular estragaram…

7º dia
Camping desarmado, galão de gasolina extra amarrado na motoca, hora de desbravar a BR-319. Foi aí que começaram os problemas. Estava de pneus mistos e tinha chovido forte a noite INTEIRA. Foi difícil. Depois de mais de 100 km, cruzando pick-ups com lama acima do capô e com a turma rindo da situação, foi hora de aceitar a derrota. Naquelas condições, infelizmente a travessia da BR-319 seria impossível. Seria OBRIGATÓRIO o uso de pneus de trilha… Moto virada. Hora de voltar. Não deu nem 100 metros e levei um tombo. Minha sorte foi uma pick-up vindo no sentido oposto que parou para me ajudar a levantar a moto. O sentimento de frustração tomou conta, mas, ao mesmo tempo, certo de que foi a melhor decisão, pensando na integridade física minha e da moto. Não teve jeito além de ir a um hotel em Humaitá (AM) para esfriar a cabeça e refletir.

8º dia
Passei numa oficina para arrumar a tomada da moto e já tinha comprado um novo fio para o celular. Comecei a voltar sentido São Paulo, numa rota muito similar à que fiz na ida. Segui sentido Ji-Paraná (RO) e dormi dessa vez na garagem da casa do Furão. Chuva em 80% do trajeto, coisa que não tinha acontecido até chegar a Realidade (AM). Nesse dia perdi a válvula do meu colchão e tive que buscar outras opções para dormir.

9º dia
Da casa do Furão segui para Cáceres (MT), rodando mais de 800 km com bastante chuva no caminho. Jantar foi um sandubão e a cama foi de um hotel atrás de um posto de gasolina.

10º dia
De Cáceres (MT) segui para Rondonópolis (MT) novamente, porém passando pela Chapada dos Guimarães. Que lugar fascinante. Parei para conhecer a cachoeira Véu da Noiva e segui desejando a deliciosa marmita que o Anderson tinha comprado e estava lá me esperando para devorá-la. Noite boa de novo. Bate-papo divertido com o parceiro e com cama boa para descansar.

Durante sua viagem de moto, resolveu conhecer a cachoeira Véu da Noiva, na Chapada dos Guimarães (Arquivo pessoal)

11° dia
Era o penúltimo dia de viagem. Fiz um pequeno desvio para entrar no estado de Goiás e segui firme. Já eram 5 horas da tarde quando decidi que, como era a última noite da viagem, eu dormiria bem. Descolei um hotel em Santa fé do Sul (SP), com piscina, e fiquei igual criança. Nadei, vi TV, usei internet, tomei banho quente e tudo o mais. Delícia.

12° dia
Último dia de viagem, faltavam apenas 600 km, porém meu kit transmissão estava acabando depois que minha suspensão traseira também acabou na viagem após tanto off-road. Faltando 300 km para chegar em casa, a relação acabou de vez e a moto parou. Minha sorte é que estava em estrada pedagiada. Liguei e pedi o guincho. Ele chegou e levei a moto para um posto, onde um cara já estava me esperando com uma pick-up para levar a moto na oficina. Depois do passeio de carro, relação trocada, hora de finalizar essa aventura.

Foram exatos 7.463 km rodados no painel e muita história para contar. Isso aqui foi só um resumo e você pode conferir tudo no canal Guidão de Moto no YouTube. Lá tem uma série com 12 episódios sobre a viagem.

Um grande abraço e bons ventos.

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Aviso aos passageiros 1: Se você gosta de viajar de moto, tem também o relato dos amigos Leandro Mercali e Edevir Zaccaria, que viajaram de moto entre Brasil, Uruguai, Argentina e Chile

Aviso aos passageiros 2: Se a sua pegada é rodar de carro, tem a história do casal Tainá e Thiago. Eles estão viajando pelo país com a kombi Penélope. Assim como Lucas, Maíra e Figueredo, seu Land Rover Defender

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‘Mar de Minas’, Capitólio recebe bem tutores e seus pets em paisagens paradisíacas https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/02/24/mar-de-minas-capitolio-recebe-bem-tutores-e-seus-pets-em-paisagens-paradisiacas/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/02/24/mar-de-minas-capitolio-recebe-bem-tutores-e-seus-pets-em-paisagens-paradisiacas/#respond Wed, 24 Feb 2021 17:10:16 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2021/02/capitólio-abre-300x215.jpg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=670 A repórter Mariana Agunzi, que trabalha na Homepage e é responsável pelo blog Pitaco Cultural, da Folha, curtiu um tanto de suas férias em Capitólio (MG) ao lado do marido e de suas cadelas Lola e Flor.

Abaixo, ela conta como aproveitou trilhas, lancha e cachoeiras, tudo ao lado duplinha canina.

Em tempos de coronavírus nossas viagens ficaram mais restritas. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

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Há cerca de um ano, selfies em cânions e cachoeiras de água cristalina vêm pipocando nas redes sociais. Foi por meio de um conhecido que postou uma dessas fotos que eu e meu marido decidimos conhecer a pequena Capitólio (MG) —o tal do “mar de Minas”.

A cidade de pouco mais de 8.000 habitantes se tornou o principal destino do entorno da hidrelétrica de Furnas, atraindo turistas o ano todo por conta da beleza exuberante de suas águas. Ela virou nossa opção para as férias na pandemia, já que poderíamos fazer passeios a céu aberto, ir de carro (evitando deslocamento em aeroporto) e, também, mas não menos importante: levar Lola e Flor, nossa duplinha canina.

Viajar com as duas é minha escolha sempre que possível. Não apenas para economizar com o hotelzinho, mas porque é divertido. Às vezes há contratempos, como uma vez que passamos por uma infestação de pulgas em um hotel que se dizia pet friendly, em Paraty (RJ). Mas no geral, dá bastante certo.

A verdade é que conseguimos aproveitar 100% dos passeios em Capitólio com as cachorras. Em cinco dias, nós quatro andamos de lancha, fizemos trilhas, descansamos e tomamos muito banho de água gelada (bem gelada!) nas cachoeiras.

O lago de Furnas

Sou adepta de explorar os locais “solo”, sem depender de turmas ou companhias. Mas é fato que não há como ir a Capitólio sem realizar o passeio pelo lago de Furnas, de onde saem as famosas selfies entre cânions e sobre águas esverdeadas.

O lago artificial surgiu com a conclusão da barragem da hidrelétrica de Furnas, em 1963, e banha 34 municípios. A maioria dos passeios saem da ponte do rio Turvo, que fica a cerca de 20 km do centro da cidade.

Daí vem a primeira dica: a melhor forma de se aproveitar Capitólio é de carro. Ter um veículo facilita o deslocamento para o rio Turvo e para as cachoeiras, que também ficam fora do centro da cidade.

O passeio pelo lago dura 3 horas e custa cerca de R$ 90 por pessoa. Existem diversas agências que operam por ali —ligamos em algumas e nenhuma delas se recusou a levar as cachorras. Como elas são pequenas, não precisamos pagar uma passagem extra —foram em nosso colo. Para cães maiores, pode ser necessário comprar um ingresso, já que necessitam de mais espaço.

As cachoeiras da região

A cereja do bolo de Capitólio são suas cachoeiras. Há várias, com trilhas de diferentes níveis de dificuldade, e todas com águas límpidas e belíssimas para mergulhar.

Conhecemos algumas, começando pela Cachoeira da Capivara, um complexo com duas quedas grandes d’água e 40 piscinas naturais no caminho entre elas. A trilha é de média dificuldade (partindo de uma paulistana pouco acostumada), por causa de suas pedras e irregularidades, mas sem dúvidas dá para chegar lá.

Também visitamos a Canela de Ema (com piscinas douradinhas) e a Cachoeira do Lobo —menor, mas não menos bonita. Elas apresentavam alguma estrutura ao visitante, com restaurante para almoço e redes para descanso. Para todas, nos deslocamos de carro até o início do percurso.

Mariana Agunzi e as cachorras Flor e Lola Maria, alegres em dia de sol (Arquivo pessoal)

Já a trilha dos Vikings demandou agendar o passeio com veículo 4×4, pois são três cachoeiras e mais a pedreira da Logoa Azul —uma pedreira de extração de quartzito desativada, que abriga um lago lindo de água esmeralda—, cujo acesso com carro comum é inviável. Esse passeio custa cerca de R$ 150 por pessoa, dura o dia todo, e também não tivemos dificuldades para levar nossos pets.

Vale saber: Lola e Flor se saíram muito melhores do que eu nas trilhas, subindo e descendo pedras sem a menor dificuldade. Quando sentimos confiança, soltamos as duas da guia e elas nos seguiram durante todo o percurso. Lola se arriscou a pular sozinha na água gelada. Parece que gostou da sensação de liberdade.

Onde se hospedar

Com o crescimento do turismo, Capitólio passou a oferecer muitas opções de hospedagem. Há hotéis e pousadas no centrinho, mas os melhores ficam nas estradas que permeiam as cachoeiras e também no Escarpas do Lago, um condomínio de alto padrão localizado à beira do lago de Furnas. Neste, os preços são bem salgados.

Nós optamos por alugar um chalé pelo aplicativo Airbnb. Geminado, possuía quintal com grama, uma pequena cozinha e tudo o que precisávamos para passar os dias com as cachorras sem preocupação (nem com elas, nem com vizinhos). A diária saiu por volta de R$ 200, mas os preços variam bastante de acordo com o tipo de acomodação.

Capitólio na pandemia

Na semana que visitamos a cidade, o plano de quarentena do estado de Minas Gerais permitia a realização dos passeios normalmente. Entretanto, é importante checar como está a situação antes de realizar a viagem.

As trilhas foram bastante tranquilas, pois eram todas a céu aberto e em locais em que manter o distanciamento seguro era fácil. O mesmo não se pode dizer dos passeios de lancha pelo lago, que continuam saindo com muitos turistas.

Para eles, o conselho é reservar um dia na semana, já que os sábados e domingo estão sempre abarrotados. E não abrir mão do uso de máscara e do álcool 70%, nossos principais aliados.

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Aviso aos passageiros 1: Viajar para Capitólio não é barato. Primeiro porque está “hypado” e os preços na alta temporada sobem. Além disso, praticamente todas as cachoeiras estão situadas em propriedades privadas. Ou seja: para acessar, você tem que pagar, e algumas custam R$ 40 por cabeça

Aviso aos passageiros 2: Capitólio está em Minas, mas a gastronomia ainda não é um dos fortes da cidade. Se você espera encontrar um sem-fim de opções mineiras, esqueça. A cidade ainda está se desenvolvendo. Quem sabe num futuro próximo

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Cada dia é um quintal novo, afirma casal que viaja de Kombi pelo Brasil https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/02/18/cada-dia-e-um-quintal-novo-afirma-casal-que-viaja-de-kombi-pelo-brasil/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/02/18/cada-dia-e-um-quintal-novo-afirma-casal-que-viaja-de-kombi-pelo-brasil/#respond Thu, 18 Feb 2021 19:45:02 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2021/02/image2-300x215.jpeg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=654 Se está difícil viajar em meio à pandemia, pela questão de poucos horários de voos ou mesmo pela segurança, já que é difícil manter distanciamento social dentro de avião e ônibus, uma alternativa viável para algumas pessoas é cair na estrada de carro.

O Check-in já trouxe, por exemplo, o relato de alguns casais que estão percorrendo o mundo assim. Lucas e Maíra começaram a rodar pelo país, durante a pandemia, a bordo da Land Rover Figueredo. Com um carro do mesmo modelo, Alessandra e Leo têm como meta cruzar o mundo. Já Lucas e Eve viajam pela Europa com o motorhome Rogerinho.

Hoje, trago a história do casal Tainá e Thiago e de sua Kombi Penélope, ou Pené para os mais chegados. A brasiliense e o carioca começaram a viajar pelo litoral brasileiro no Natal de 2020 e têm o objetivo de visitar todos os estados do país.

Em tempos de coronavírus nossas viagens ficaram mais restritas. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

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Somos Tainá e Thiago e recém começamos nossa viagem pelo Brasil a bordo da Penélope (Pené para os íntimos), nossa Kombihome mais que charmosa.

Estamos encantados não só com as belezas do país, mas também com a receptividade e generosidade das pessoas para conosco, os viajantes.

A comunidade kombeira tem se mostrado bastante unida e nos acolhe com informações e ajuda para os poucos perrengues que passamos até agora.

As pessoas geralmente têm muita curiosidade para saber como é esse estilo de vida minimalista, e nós estamos adorando viver assim com um quintal novo a cada dia e estamos nos adaptando bem com o pouco espaço.

Saímos de Brasília em 25 de dezembro de 2020 e estamos subindo pelo litoral do país. Nossa meta é conhecer todos os estados do país e, a princípio, chegaremos até Manaus.

Antes de decidir morar na Penélope, nós morávamos no Rio de Janeiro. Eu, atriz, e ele, editor de vídeo, nos conhecemos em um aplicativo e não nos desgrudamos mais.

Para nos mantermos na estrada, criamos a produtora de vídeos Estrada pra que te quero e oferecemos fotos e vídeos para as mídias digitais de pousadas e restaurantes por onde passamos.

Também temos um canal no YouTube e no Instagram (@estradapraquetequero), onde contamos as aventuras da Penélope.

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Aviso aos passageiros 1: Minha colega Carolina Muniz contou na Folha que viagens de motorhome estão ganhando adeptos no Brasil e falou sobre custos e como se planejar

Aviso aos passageiros 2: O casal de jornalistas João Paulo Mileski e Carina Furlanetto viajou pelo Brasil e por países aqui da América do Sul a bordo de um carro 1.0. Eles, inclusive, acabaram de lançar um livro sobre a empreitada, o “Crônicas na bagagem: 421 dias na estrada – uma jornada de desprendimento pela América do Sul”

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