Check-in https://checkin.blogfolha.uol.com.br Relatos de turistas, dicas e serviços de viagem Wed, 01 Dec 2021 12:49:26 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Em viagem pelo Brasil, motociclista roda por Pantanal e Amazônia https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/04/06/em-viagem-pelo-brasil-motociclista-roda-por-pantanal-e-amazonia/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/04/06/em-viagem-pelo-brasil-motociclista-roda-por-pantanal-e-amazonia/#respond Tue, 06 Apr 2021 17:35:21 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/10-300x215.jpg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=685 Após um ano de pandemia decretada pela OMS, a vontade de cair na estrada só aumenta. Pode ser de avião, carro, moto, bike ou a pé, o que importa é mudar de ares.

O Thiago Guido (@guidaodemoto) já contou aqui como foi sua viagem de moto pelo sul da América e também quando cruzou estados do Sudeste e do Nordeste. Tudo a bordo de sua Honda Bros 160cc ano 2017.

A aventura mais recente dele, que diz viajar no estilo BR (Baixa Renda), foi pelo Centro-Oeste e pelo Norte, quando ele visitou o Pantanal e a Amazônia. Foram seis estados e muita lama no caminho.

Em tempos de coronavírus não é recomendado viajar e nem sair de casa. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

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Meu nome é Thiago Guido, tenho 40 anos e sou criador do canal no YouTube Guidão de Moto, onde compartilho viagens, passeios, cursos, dicas, acessórios e outras coisas do mundo das duas rodas, na esperança de incentivar sonhadores a se tornarem viajantes. Todas as minhas aventuras estão registradas em forma de filmes e séries.

Destinos como Pantanal e Amazônia fizeram dessa viagem uma das melhores que já fiz até hoje, cruzando dessa vez 6 estados, durante 12 dias, rodando um total de quase 7.500 km. Aqui vai um resumo do que foi essa grande aventura.

1º dia
Essa aventura começou na capital paulista e teve como destino primário Rondonópolis (MT). Como eram quase 1.400 km, a viagem foi dividida. Algo que me chamou atenção foi a enorme poluição passando por Santa Gertrudes (SP) e próximo de Araraquara (SP). Depois de quase mil km rodados no 1º dia e de cruzar a divisa dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, hora de estacionar, armar o acampamento e descansar. O local escolhido foi um posto de gasolina pouco antes de Chapadão do Sul (MS).

2º dia
O primeiro destino já estava muito próximo e deu para rodar bem mais tranquilo. Foram pouco mais de 400 km até Rondonópolis (MT), onde aconteceu um encontro sensacional com alguns youtubers da cidade que sigo há bastante tempo. Nesse dia a noite foi ótima, numa cama confortável, com direito a marmita, banho e ventilador.

3º dia
Anderson, amigo que deu apoio e hospedagem, seguiu junto na viagem com sua Tronado 250cc e o destino do dia foi Porto Jofre (MT), no coração do Pantanal. Um dos melhores trechos da viagem. Fizemos a travessia (ida) da Transpantaneira que começa em Poconé (MT). São quase 150 km de puro off-road na estrada com o maior número de pontes DO MUNDO!!! Depois de ver diversos animais, incluindo jacarés, ficamos hospedados no Rancho do Azevedo, local super agradável e, o melhor de tudo, tinha até ar condicionado.

4º dia
Saímos de Porto Jofre (MT) sentido Porto Velho (RO) e fizemos novamente a travessia da Transpantaneira (volta). Novamente vimos diversos animais e foi super divertido, inclusive ter que passar em uma ponte em manutenção com um buraco ENORME e bem perigoso. Em Poconé (MT) me despedi do Anderson e segui viagem. Perto das 5 horas da tarde foi hora de estacionar, montar acampamento, fazer o jantar e dormir. A noite foi ótima. Nesse dia a saudade da família começou a apertar. Chorei de saudade do meu filho.

5º dia
Barraca desmontada, hora de continuar a jornada e ainda faltava muito para Porto Velho (RO). Depois de rodar bastante, a hospedagem ficou por conta do Furão, um companheiro de estrada dono de uma oficina de motos em Ji-Paraná (RO). O hotel foi lá mesmo, no meio das motos, dentro da oficina. Jantamos e a noite foi agradável, com dois ventiladores que fizeram até frio.

6º dia
De lá o destino era Realidade (AM), já no trecho de terra da BR-319. Depois de quase ficar sem gasolina, abasteci em Humaitá (AM) e já estava no meio da selva amazônica. Ao parar para ouvir a natureza, um silêncio energético. Logo depois de 50 km de puro off-road, ainda no início da noite a barraca já estava montada no posto de gasolina de Realidade (AM). Nessa noite minha tomada USB e o fio de carregar meu celular estragaram…

7º dia
Camping desarmado, galão de gasolina extra amarrado na motoca, hora de desbravar a BR-319. Foi aí que começaram os problemas. Estava de pneus mistos e tinha chovido forte a noite INTEIRA. Foi difícil. Depois de mais de 100 km, cruzando pick-ups com lama acima do capô e com a turma rindo da situação, foi hora de aceitar a derrota. Naquelas condições, infelizmente a travessia da BR-319 seria impossível. Seria OBRIGATÓRIO o uso de pneus de trilha… Moto virada. Hora de voltar. Não deu nem 100 metros e levei um tombo. Minha sorte foi uma pick-up vindo no sentido oposto que parou para me ajudar a levantar a moto. O sentimento de frustração tomou conta, mas, ao mesmo tempo, certo de que foi a melhor decisão, pensando na integridade física minha e da moto. Não teve jeito além de ir a um hotel em Humaitá (AM) para esfriar a cabeça e refletir.

8º dia
Passei numa oficina para arrumar a tomada da moto e já tinha comprado um novo fio para o celular. Comecei a voltar sentido São Paulo, numa rota muito similar à que fiz na ida. Segui sentido Ji-Paraná (RO) e dormi dessa vez na garagem da casa do Furão. Chuva em 80% do trajeto, coisa que não tinha acontecido até chegar a Realidade (AM). Nesse dia perdi a válvula do meu colchão e tive que buscar outras opções para dormir.

9º dia
Da casa do Furão segui para Cáceres (MT), rodando mais de 800 km com bastante chuva no caminho. Jantar foi um sandubão e a cama foi de um hotel atrás de um posto de gasolina.

10º dia
De Cáceres (MT) segui para Rondonópolis (MT) novamente, porém passando pela Chapada dos Guimarães. Que lugar fascinante. Parei para conhecer a cachoeira Véu da Noiva e segui desejando a deliciosa marmita que o Anderson tinha comprado e estava lá me esperando para devorá-la. Noite boa de novo. Bate-papo divertido com o parceiro e com cama boa para descansar.

Durante sua viagem de moto, resolveu conhecer a cachoeira Véu da Noiva, na Chapada dos Guimarães (Arquivo pessoal)

11° dia
Era o penúltimo dia de viagem. Fiz um pequeno desvio para entrar no estado de Goiás e segui firme. Já eram 5 horas da tarde quando decidi que, como era a última noite da viagem, eu dormiria bem. Descolei um hotel em Santa fé do Sul (SP), com piscina, e fiquei igual criança. Nadei, vi TV, usei internet, tomei banho quente e tudo o mais. Delícia.

12° dia
Último dia de viagem, faltavam apenas 600 km, porém meu kit transmissão estava acabando depois que minha suspensão traseira também acabou na viagem após tanto off-road. Faltando 300 km para chegar em casa, a relação acabou de vez e a moto parou. Minha sorte é que estava em estrada pedagiada. Liguei e pedi o guincho. Ele chegou e levei a moto para um posto, onde um cara já estava me esperando com uma pick-up para levar a moto na oficina. Depois do passeio de carro, relação trocada, hora de finalizar essa aventura.

Foram exatos 7.463 km rodados no painel e muita história para contar. Isso aqui foi só um resumo e você pode conferir tudo no canal Guidão de Moto no YouTube. Lá tem uma série com 12 episódios sobre a viagem.

Um grande abraço e bons ventos.

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Aviso aos passageiros 1: Se você gosta de viajar de moto, tem também o relato dos amigos Leandro Mercali e Edevir Zaccaria, que viajaram de moto entre Brasil, Uruguai, Argentina e Chile

Aviso aos passageiros 2: Se a sua pegada é rodar de carro, tem a história do casal Tainá e Thiago. Eles estão viajando pelo país com a kombi Penélope. Assim como Lucas, Maíra e Figueredo, seu Land Rover Defender

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Em viagem de moto, mineiro visita vários estados do Sudeste e do Nordeste https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2020/08/21/em-viagem-de-moto-mineiro-visita-varios-estados-do-sudeste-e-do-nordeste/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2020/08/21/em-viagem-de-moto-mineiro-visita-varios-estados-do-sudeste-e-do-nordeste/#respond Fri, 21 Aug 2020 17:41:18 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/15976195375f39bd5134378_1597619537_3x2_md-300x215.jpg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=470 O mineiro Thiago Guido já deu as caras aqui no blog, contando como foi a viagem dele de moto pelo sul do Brasil, Argentina e Chile.

Naquela vez, em março de 2019, rodou com um amigo 7.161 km. Agora, Thiago relata como foi a jornada pelo Sudeste e Nordeste.

Em outubro de 2019 ele aproveitou que estava sozinho para visitar amigos e parentes, além de conhecer lugares novos.

Em tempos de coronavírus não podemos viajar, e muitas vezes nem sair de casa. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

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Você talvez reconheça essa moto das fotos. É minha Honda Bros 160cc ano 2017. Ela já apareceu aqui no blog Check-in, numa aventura até o deserto do Atacama. E porque é que estou te contando isso? Pois essas duas viagens estão “interligadas”.

Essa jornada pelo Nordeste estava programada para janeiro de 2019, mas, por alguns “problemas”, fui obrigado a adiá-la, sem data definida. Dois meses se passaram e lá estava eu chegando ao Pacífico depois de cruzar o Atacama em uma viagem completamente diferente. Foi uma viagem incrível e inesquecível, mas, assim que regressei, a ida ao Nordeste voltou a martelar minha cabeça.

Após alguns meses de programação e busca por recursos, lá estava eu novamente na estrada, dessa vez SOZINHO e para a MAIOR VIAGEM QUE JÁ FIZ ATÉ HOJE… Eram muitos os objetivos dessa aventura e alguns deles eram o encontro com amigos e parentes por boa parte do trajeto.

Saí da capital paulista no fim de outubro de 2019, sentido Belo Horizonte. Quando as pessoas veem o mapa acham que foi preconceito com o Rio de Janeiro, mas o “desvio” foi para visitar meus pais –eles moram a 630 km e, infelizmente, não posso vê-los com a frequência que gostaria. Dito e feito. Cheguei na casa deles já no início da noite e permaneci lá no dia seguinte, curtindo uma bela comida mineira e o afago dos coroas. Estrada Fernão Dias sem novidades, pois a conheço como a palma da mão.

No 3º dia parti em direção a Vitória. Estava bastante frio nas Serras Capixabas, mas cheguei. Lá me encontrei com um colega de faculdade, o Mariocas, grande amigo. Curtimos uma praia, jantamos e dormi pra seguir cedo no dia seguinte.

No 4º dia o destino era Porto Seguro, para ficar na casa de outro amigo, dessa vez um conhecido ainda do colégio. Grande Carlitos. Na saída da capital potiguar bateu a saudade do Atacama quando vi na ponte que atravessa de Vila Velha para Vitória uma placa de um coqueiro de lado, que significa para ter cuidado com os ventos. A estrada estava bem melhor do que quando ia para a Bahia na adolescência. E Porto Seguro, como sempre, linda. Chovendo, ficamos em casa colocando o papo em dia. O jantar foi uma deliciosa pizza.

O destino do 5º dia era a península de Maraú, na casa do meu irmão mais velho. Depois de muita chuva e alguns erros no caminho, encontrei a temida e péssima estrada de Barra Grande. Muita terra, buracos e um longo trecho de areia fofa. Coração quase saindo pela boca, cheguei assustado. Um ano antes eu tinha ido de carro e prometido que voltaria com minha moto, mas não imaginei que passaria tanto medo. O jantar foi um belíssimo sanduba regado a bacon. Por lá permaneci no 6º dia, num trabalho ambiental de limpeza das praias, pois foi a época em que houve o desastre com o óleo no litoral do Nordeste.

No 7º dia, parti meio sem destino. Cheguei a Salvador pelo ferry e consegui pilotar até Praia do Forte, ainda na Bahia. Pensa num estado grande! Fiquei na primeira pousada/hotel da viagem. Sem novidades além de um vizinho de quarto que se divertiu bastante com sua namorada/esposa.

Assim que acordei peguei logo a estrada, pois esse seria o trecho mais longo a ser percorrido em um único dia. Foram aproximadamente 730 km. Não que seja uma distância absurda, já que rodei quase 1.200 km no primeiro dia da viagem ao Atacama. Mas, dessa vez, era no Nordeste e o destino, Recife. Cruzei os estados de Sergipe e Alagoas e encontrei Pernambuco já de noite. Fiquei na casa do Renan, um grande amigo de quando morei por lá em 2014. Fizemos um proveitoso passeio pelo centro velho, ao som de Nação Zumbi, e jantamos uma bela pizza.

No 9º dia acordei cedo, troquei o óleo da motoca, cruzei a Paraíba e cheguei ao Rio Grande do Norte. Fiz uma parada no Marco Zero da BR-101, em Touros, e segui para São Miguel do Gostoso. Lá jantei um sanduba chiquérrimo e dormi cedo quando vi uma pousada super barata em Canoa Quebrada, o destino final da viagem.

Assim que acordei corri para o Ceará. O destino do 10º dia foi a tal pousada. Lá chegando, corri para as dunas para ver o belíssimo pôr do sol. No dia seguinte permaneci na cidade e andei pelos marcos e pontos turísticos, como os letreiros (verdadeiro e falso) com nome e símbolo da cidade, a tal da Brodway e muito mais. Esse foi o último dia de “ida”. Era hora de voltar…

No 12º dia saí de Canoa sentido Natal para visitar o maior cajueiro do mundo. Por algum motivo, me perdi no sertão e saí próximo de Pipa. Já estava com saudade de casa e cansado da viagem. Não iria voltar nem *¨¨(%¨*¨%. Fiquei em Pipa mesmo –lugar maravilhoso, diga-se de passagem. Lá tive um pequeno problema financeiro: o banco resolveu não me deixar movimentar meu dinheiro. Com apenas alguns trocados no bolso, desespero sem saber como pagar até a pousada, tive que ficar algumas horas no telefone com meu gerente. Problema resolvido, bora curtir a cidade.

De Pipa segui no 13º dia de viagem. Passei pelas dunas de Cacimbinhas e serei bem sincero: é um dos lugares mais bonitos por onde já passei. Lindo demais. Depois fui ao Marco Zero da Transamazônica, em Cabedelo, e à Ponta do Seixas, em João Pessoa, o ponto mais a leste da América Latina. Parei em Recife novamente, troquei o óleo da motoca e fiquei na casa do meu amigo Renan.

De Recife segui para Aracaju neste que era o 14º dessa longa aventura. Fiquei em um hotel e descansei bastante, saindo apenas para a padaria.

No 15º dia andei sem destino, passeando pela cidade e acabei parando em Itacaré, já na Bahia. Que lugar incrível. Pousada super legal, barata e a cidade é um encanto.

De lá segui novamente sem destino e cheguei até Nanuque, já em Minas Gerais, onde parei em um Supermercado Mineirão, que não via desde minha infância. Estiquei a corrente da moto e apaguei.

No 17º dia já estava “em casa”: novamente em Belo Horizonte, nos meus pais. Lá permaneci por mais 24 horas, de novo só curtindo os mimos dos coroas. Encontrei o Rapunza, um grande amigo e grande músico.

No último dia, o 19º, parti da capital mineira para a paulista e cheguei no início da noite na minha casa.

No total foram 8.038 km rodados por 10 estados do Sudeste e Nordeste. Felizmente, como todas as viagens que fiz até agora por 14 estados brasileiros, Chile, Argentina e Paraguai, não tive nenhum problema. Esse é o benefício de fazer manutenções preventivas.

Se quiser ver o filme dessa aventura, prepare a pipoca e dá play no vídeo!

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Aviso aos passageiros 1: Se você gosta de viajar de moto, tem também o relato dos amigos Leandro Mercali e Edevir Zaccaria, que viajaram de moto entre Brasil, Uruguai, Argentina e Chile

Aviso aos passageiros 2: O ciclista Régis Galisteu pedalou por cinco meses entre vários estados do Nordeste, chegando até a doar sangue duas vezes

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Amigos viajam de moto entre Brasil, Uruguai, Argentina e Chile https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2020/04/10/amigos-viajam-de-moto-entre-brasil-uruguai-argentina-e-chile/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2020/04/10/amigos-viajam-de-moto-entre-brasil-uruguai-argentina-e-chile/#respond Fri, 10 Apr 2020 17:34:00 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/15864868365e8fde346691f_1586486836_3x2_md.jpg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=353 Os amigos Leandro Mercali e Edevir Zaccaria se desafiaram, em 2016, a fazer uma grande viagem com motos de 125 cilindradas.

Dois anos depois, conseguiram cair na estrada e percorreram quase 6.000 km. Eles rodaram cidades do Rio Grande do Sul, Uruguai, Argentina e Chile.

No caminho, enfrentaram furto de um dos veículos e temperaturas baixíssimas na Cordilheira dos Andes.

Confira abaixo os perrengues e alegrias enfrentados pelos amigos.

Eu sei que em tempos de coronavírus não podemos viajar, e muitas vezes nem sair de casa. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

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Tudo começou em 2016, quando eu e meu amigo Edevir comentamos sobre fazer uma viagem com motos de 125 cilindradas, inicialmente até o Uruguai. A partir daí falávamos de vez em quando a respeito, mas sem muita euforia.

Em outubro de 2017 comentamos novamente sobre o assunto e dissemos: ou a gente vai de uma vez, ou nunca mais tocamos no assunto. Então decidimos nos reunir para definir alguns pontos importantes sobre a viagem.

Surgiu a ideia de ir até o Chile, mas, como pensávamos ser impossível, voltamos a pensar somente no litoral do Uruguai. E marcamos uma data de saída: 10 de março de 2018.

Em janeiro determinamos quantos dias podíamos ficar em viagem, que foi 15 dias, mas já com a retomada da ideia de ir até o Chile. A rota coube a mim definir, já que o Uruguai eu já conhecia e meu amigo, não.

Determinamos custos diários de no máximo R$ 250 de hotel com café da manhã para os dois e ajustamos rotas e metas de quilômetros rodados no primeiro dia. Se não fosse assim, o Chile ficaria de fora e iríamos só até a Argentina.

Na madrugada do dia 10 de março, às 5h, saí de Veranópolis (RS) com uma Biz 125 ex ano 2014, passando por Bento Gonçalves (RS), onde morava o Edevir. Com sua CG 125 Fan ano 2012, seguimos sentido Porto Alegre, Pelotas, Santa Vitória do Palmar e ingressamos no Uruguai por Chuí (RS).

Entrando no país vizinho, passamos por várias cidades que eu também não conhecia e chegamos a Punta del Este às 23h45, totalizando 1.130 km no primeiro dia.

O segundo dia da viagem foi para descansar em Punta, que é linda demais. Aproveitamos e fomos até a Casapueblo, museu e hotel construído a mão pelo artista Carlos Páez Villaró (1923-2014) em Punta Ballena.

No dia seguinte viajamos por Piriápolis, Montevidéu e fomos até Colônia do Sacramento.

No quarto dia fizemos a travessia para Buenos Aires de barco, num “Buque bus”, e pernoitamos lá –sempre escolhíamos onde ficar por aplicativo de hospedagem. À noite fomos até o Puerto Madero caminhando, o que é um show à parte. Buenos Aires é linda e relativamente segura.

Na volta para o hotel, a surpresa: roubaram a moto do meu amigo no estacionamento.

Por sorte a polícia a recuperou, mas com o chicote elétrico totalmente cortado. Passamos a madrugada na delegacia dando esclarecimentos. Quando liberaram a moto, às 5h, a empurramos até o hotel escoltados pela polícia, já que não funcionava mais.

Acordamos às 7h e, como temos conhecimento em mecânica e elétrica, desmontamos a moto e refizemos toda a parte elétrica. Com algumas ferramentas e fita isolante que o encarregado da manutenção do hotel nos emprestou, às 10h ela estava funcionando novamente.

Neste dia seguimos a Rosário e depois até Cañada de Gomez, onde mora a Liliana. A conheci pelo Facebook um tempo antes porque ela tem o mesmo sobrenome que eu. Dormimos no hotel onde ela trabalha, o Verde Sole –bem aconchegante, por sinal.

No 6º dia viajamos para Villa Maria, onde dormimos na beira da estrada logo após o almoço, numa sombra e de barriga cheia –fazia 38 ºC. Depois passamos por Rio Cuarto, Villa Mercedes e San Luis, onde pernoitamos.

No dia seguinte rumamos para Mendoza e vimos a imagem mais esperada da viagem ao longe: as montanhas da Cordilheira dos Andes. Choramos de emoção. Passamos o dia na cidade.

No outro dia, o 8º, desbravamos a Cordilheira com temperaturas de até 0 ºC e chegamos a Santiago, no Chile.

A volta

O retorno foi pelo mesmo caminho até Rosário, e depois seguimos por Nogoyá, Federación, San Jaime de la Frontera e entramos no Brasil por Uruguaiana. Aí passamos por São Borja, Ijuí, Passo Fundo e Veranópolis.

Foram 5.942 km em 12 dias de viagem e sem nenhuma gota de chuva. Não tivemos problemas mecânicos, mesmo andando com as motos nos limites de giro dos motores, e nenhum pneu furado. Detalhe: sempre trocávamos o óleo dos motores a cada 1.500 km.

Nossa velocidade em viagem era sempre acima dos 100 km/h, chegando muitas vezes ficar longos períodos a 140 km/h. As estradas e o combustível de boa qualidade ajudavam muito.

Sem dúvida foi a experiência mais incrível das nossas vidas. Conhecemos muitas pessoas que admiravam nossa aventura e a nossa coragem, já que, para muitos, fazer uma longa viagem com motos de baixa cilindrada é coisa de outro mundo. Policiais tiraram selfie conosco. E grupos de motoqueiros do Brasil e da América do Sul queriam saber da nossa trajetória.

Indescritível! Sigam #uruguaiargentinachiledebiz125 para ver nossas fotos.

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Aviso aos passageiros 1: O mineiro Thiago Guido já contou ao Check-in como foi a sua jornada de moto pelo sul da América do Sul

Aviso aos passageiros 2: O casal João Paulo Mileski e Carina Furlanetto compartilhou um pouco de sua viagem pelo Brasil e América do Sul em um carro 1.0

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Motociclista cruza Brasil, Argentina e Chile e chega ao Pacífico em 6 dias https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2020/02/19/motociclista-cruza-brasil-argentina-e-chile-e-chega-ao-pacifico-em-6-dias/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2020/02/19/motociclista-cruza-brasil-argentina-e-chile-e-chega-ao-pacifico-em-6-dias/#respond Wed, 19 Feb 2020 19:06:56 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/image9-300x215.jpeg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=285 O mineiro Thiago Guido, que vive em São Paulo há mais de 13 anos, conseguiu reverter uma tentativa frustrada de viagem ao Nordeste em uma jornada pelo sul da América do Sul. E de moto.

Assim que teve que cancelar a ida ao Nordeste, ele recorreu às redes sociais para desabafar. E surgiu assim um convite para ir até Antofagasta com um grupo de motociclistas.

No fim, viajaram só ele e o amigo Flávio Santos Silva, mas a dupla ganhou ainda a companhia de um gaúcho que já estava na estrada.

Eles pilotaram por 3.686 km entre Brasil, Argentina e Chile, e chegaram ao oceano Pacífico em seis dias.

Você tem alguma viagem que gostaria de compartilhar? Algum destino legal, ou boas histórias na estrada? Escreva para o blog Check-in pelo email checkin.blogfolha@gmail.com.

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Conheci o Flávio em um grupo de motociclismo no Facebook em agosto de 2018. Fizemos um único passeio, para uma cachoeira próxima a São Paulo, e não rodamos juntos mais.

Eu tinha uma viagem programada para o Nordeste e acabei sendo obrigado a cancelar. Triste, fui desabafar na internet.

Logo o Flávio apareceu dizendo que queria ir ao Atacama e tinha um grupo grande de interessados. Eu logo me interessei.

Como ainda tinha o dinheiro da viagem cancelada para o Nordeste, corri atrás pra juntar mais um pouco e poder acompanhá-lo nessa travessia pela América do Sul.

Daquele grande grupo de interessados, no fim só estavam eu e ele correndo atrás dos preparativos e combinando detalhes.

Dito e feito. No dia 3 de março de 2019 saímos da capital paulista rumo ao desconhecido, mas com fome de aprendizado.

Logo no primeiro dia percorremos os estados de São Paulo e Paraná, chegando a Foz do Iguaçu. Nesse primeiro dia rodamos 1.153km. Isso mesmo, 1.153km em um único dia, com motos de 160 cilindradas. Incrível.

No fim do dia acampamos em um posto de gasolina antes de atravessar a fronteira com a Argentina. Cruzamos a aduana no início do segundo dia e seguimos firme, no calor do Chaco.

No terceiro dia de viagem conhecemos outro viajante, que estava sozinho e pediu para nos acompanhar. Foi uma honra ter a parceria do Sérgio, um senhor do Rio Grande do Sul.

Cruzamos as Cordilheiras e enfim a Aduana Chilena, no quinto dia. Lá o Flávio passou mal pela segunda vez, por conta da altitude.

Momento tenso mas que foi logo contornado com a ajuda de um outro motociclista, um argentino, que deu pra ele algumas folhas de coca para mascar.

Thiago e Flávio pilotaram por 3.686 km entre Brasil, Argentina e Chile (Arquivo pessoal)

Eu, Flávio e Sérgio seguimos juntos e chegamos ao destino final da viagem no sexto dia: Antofagasta, cidade na costa chilena. De lá, eu e o Flávio pegamos o caminho de volta…

No caminho de volta fizemos coisas que não recomendo a ninguém, como cruzar as Cordilheiras já de noite e com muita chuva.

De São Paulo a Antofagasta pilotamos por 3.686 km. E a distância percorrida em seis dias na ida fizemos em quatro na volta.

No fim, deu tudo certo e a viagem me deu mais um irmão. Obrigado Flávio pela companhia e parceria nessa e nas próximas!

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Aviso aos passageiros 1: O ciclista Régis Galisteu pedalou por cinco meses entre vários estados do Nordeste, chegando até a doar sangue duas vezes

Aviso aos passageiros 2: Alessandra e Leo estão viajando há alguns meses pela América do Sul, mas de carro. Aqui, falam sobre a vida de acampamento

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