Check-in https://checkin.blogfolha.uol.com.br Relatos de turistas, dicas e serviços de viagem Wed, 01 Dec 2021 12:49:26 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Autora de livro sobre a China, baiana relembra como foi viajar ao Tibete https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/10/13/autora-de-livro-sobre-a-china-baiana-relembra-como-foi-viajar-ao-tibete/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2021/10/13/autora-de-livro-sobre-a-china-baiana-relembra-como-foi-viajar-ao-tibete/#respond Wed, 13 Oct 2021 13:25:46 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/IMG_1643-e1634090102102-300x215.jpg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=805 A China, assim como muitos países asiáticos, desperta curiosidade no brasileiro. Seja porque é muito longe daqui, pelas paisagens deslumbrantes ou porque vemos todos os dias inúmeras notícias sobre a nação chefiada por Xi Jinping.

A baiana Joana Silva (@registrosdajo) gostou tanto do país que chegou a viver lá por um tempo, dando aula em escola infantil.

Ela conheceu a China durante suas andanças pelo mundo, após trabalhar como executiva de recursos humanos em uma multinacional aqui no Brasil.

Com tanta experiência na bagagem, a baiana resolveu compartilhar o que viveu em seu livro recém-lançado “As Lições que eu Aprendi Viajando e Morando na China”. Abaixo, ela conta suas primeiras impressões de quando visitou o Tibete.

Joana Silva em frente ao Palácio Potala, em sua viagem pelo Tibete (Arquivo pessoal)

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Logo que saí do trem, devagarzinho os sintomas da altitude foram se manifestando no meu corpo. Senti o raciocínio lento, cansaço físico, leve falta de ar e dor de cabeça. Após o desembarque fui direcionada por um dos tripulantes para o posto de imigração. Uma não oriental jamais passaria despercebida e foi assim que percebi: eu era a única estrangeira da viagem.

O Ngawang Tashi, guia da agência, me aguardava na saída da estação e logo fui presenteada com o Khata branco, um cachecol de tecido de cetim usado em cerimônias do budismo tibetano, que simboliza pureza e compaixão.

Estava fascinada por ter colocado os pés no Tibete, mas os desconfortos por causa da altitude ficavam mais fortes. Após me advertir a não tirar foto do tanque de guerra e dos oficiais do Exército na rua, Ngawang me levou até o táxi e seguimos para o hotel.

Abri a janela para sentir aquele ar fresco de montanha no rosto, coloquei a cabeça um pouco para fora e fechei os olhos por alguns segundos. Não sabia se filmava, tirava foto ou simplesmente contemplava a vista. A chegada foi com surpresas, lojas da Nike, da Apple, The North Face, franquias de marcas chinesas, viadutos, trânsito, motos, carros e buzinas. Olhando para mais longe, vi imensas áreas desérticas e montanhas ao fundo e iaques passeando.

O planalto Tibetano é o topo do mundo e está a 4.800 m de altitude acima do nível do mar. Ngawang fortemente recomendou beber bastante água, tomar chá, manter o corpo aquecido, andar devagar, não fazer movimentos bruscos e descansar da viagem. No check-in descobri que estaria sozinha no quarto duplo, havia sido liberada de pagar a taxa de US$ 100 pelo quarto individual, o café da manhã, que estava incluso, seria servido no terraço onde tinha uma vista privilegiada para a cidade e as montanhas dos Himalaias que a cercavam.

Joana e sua obra, “As Lições que eu Aprendi Viajando e Morando na China” (Arquivo pessoal)

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Em tempos de coronavírus nossas viagens ficaram mais restritas. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

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Aviso aos passageiros 1: A escritora Manoela Ramos está na estrada desde 2016 e já conheceu 24 estados brasileiros, e sempre com a verba reduzida. Tanta experiência rendeu o livro “Confissões de Viajante (Sem Grana)”

Aviso aos passageiros 2: O casal de jornalistas João Paulo Mileski e Carina Furlanetto viajou pelo Brasil e por países aqui da América do Sul a bordo de um carro 1.0 e lançou um livro sobre a empreitada, o “Crônicas na bagagem: 421 dias na estrada – uma jornada de desprendimento pela América do Sul”

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Viagem de ônibus entre Índia e Inglaterra vai durar 70 dias e passar por 18 países https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2020/09/09/viagem-de-onibus-entre-india-e-inglaterra-vai-durar-70-dias-e-passar-por-18-paises/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2020/09/09/viagem-de-onibus-entre-india-e-inglaterra-vai-durar-70-dias-e-passar-por-18-paises/#respond Wed, 09 Sep 2020 14:49:22 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/15996627105f58ea769bfc9_1599662710_3x2_md-300x215.jpg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=502 Talvez você não tenha ouvido falar, mas a trilha hippie é bem famosa entre alguns viajantes. Entre os anos 1950 e 1970, várias pessoas foram da Europa Ocidental à Ásia, rememorando a antiga Rota da Seda. E a Índia era um ponto crucial no caminho.

Nos dias de hoje, uma empresa indiana quer fazer uma nova versão dessa jornada. A Adventures Overland promete a viagem de ônibus mais longa do mundo, entre Índia e Inglaterra, passando ao todo por 18 países e 20 mil km em 70 dias.

A primeira saída está prevista para maio de 2021 e a viagem de retorno, para agosto –tudo pode mudar de acordo com as restrições da pandemia do novo coronavírus.

O trajeto não será em linha reta: ao partir da Índia, o ônibus irá para o Leste Asiático antes de subir até a China, cruzar várias ex-repúblicas socialistas, passar por Rússia e percorrer a Europa Central até o Reino Unido.

Rota da viagem entre a Índia e a Inglaterra (Divulgação)

A passagem de ida custa 16 mil libras (equivalente a R$ 111 mil), e será dada preferência para quem se registrar para a jornada completa. Até o fim de agosto, cerca de 40 mil pessoas se inscreveram no site para uma das 20 vagas do ônibus.

O percurso é dividido em quatro trechos:

Índia a Tailândia (11 noites e 12 dias)
China (15 noites e 16 dias)
Quirguistão a Rússia (21 noites e 22 dias)
Rússia a Reino Unido (15 noites e 16 dias)

O automóvel tem Wi-Fi, tomada e armário privativo, entre outras opções comuns a ônibus de viagem. A empresa promete hospedagem, alimentação, guias para todos os países, entrada em diferentes pontos turísticos e lanches durante a jornada. Entretanto, o valor não cobre bebidas alcoólicas e voos nacionais e internacionais.

Como a ideia é percorrer centenas de quilômetros por dia e cruzar diversos países, não é necessário explicar qual é o público-alvo da empresa, certo? Eles avisam que atravessar fronteiras é um processo que pode ser muito lento e que alguns hotéis, como no Cazaquistão e no Laos, a acomodação pode ser em pequenas hospedagens. Acordar cedo e ter planos frustrados também será usual.

Sanjay Madan e Tushar Agarwal, a dupla de indianos que criou a Adventures Overland em 2012, já organizaram outras expedições do tipo, mas os viajantes faziam o percurso em seus próprios veículos.

“A melhor época para fazer essa jornada é entre abril e junho, porque é quando o tempo é favorável para viajar da Índia até Mianmar e para cruzar as altas montanhas da China e do Quirguistão”, falou Agarwal à CNN Travel. “É uma jornada de mudança de vida, algo de que as pessoas sempre se lembrarão e amarão isso para sempre.”

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Em tempos de coronavírus não podemos viajar, e muitas vezes nem sair de casa. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

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Aviso aos passageiros 1: O jornalista Rafael Balago, da editoria de Mundo e responsável pelo blog Avenidas, da Folha, já contou aqui sobre sua viagem de 20 horas de ônibus pela Europa

Aviso aos passageiros 2: O policial aposentado Samuel do Lago também relatou como foi sua viagem de ônibus pela América Latina com mochila nas costas

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Em viagem ao Butão, brasileira faz trekking e mergulha na cultura do país https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2020/07/14/em-viagem-ao-butao-brasileira-faz-trekking-e-mergulha-na-cultura-do-pais/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2020/07/14/em-viagem-ao-butao-brasileira-faz-trekking-e-mergulha-na-cultura-do-pais/#respond Tue, 14 Jul 2020 18:25:49 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/15946801845f0ce3783ca7f_1594680184_3x2_md.jpg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=429 O relato da vez é da leitora Beatriz Pianalto de Azevedo, que viajou ao Butão em novembro de 2011. Lá, fez trekking até as imediações de Jomolhari, a 6ª maior montanha do país (7.134 m).

Desta vez, deixarei que a própria Beatriz se apresente:

“Tenho 67 anos e, a partir dos 50, cansada do tal de ‘sexo, drogas e MPB’, troquei os anos loucos pelas deliciosas e saudáveis viagens de aventura por este mundão cheio de porteiras.

Desde então tenho feito trekkings em alta montanha, subindo picos de 6 mil metros, tanto nos Andes quanto no Himalaia (minha última incursão foi em janeiro, subindo o Toubkal, montanha de 4.167 metros no alto Atlas em Marrocos), canionismo, o que exige rapeis em cachoeiras que vão de 10 a 100 metros de altura, um pouco de cicloturismo e viagens de carro Brasil adentro.”

Em tempos de coronavírus não podemos viajar, e muitas vezes nem sair de casa. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email checkin.blogfolha@gmail.com.

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A primeira vez que ouvi falar no Butão foi em 2009 quando meu otorrino escandalizado perguntou “mas tu não conheces o Butão?!!” Em 2011 decidi conhecer este país asiático e tão encantada fiquei que retornei em 2014.

Não é tarefa simples chegar ao Butão porque a única companhia de aviação que opera no país é a Druk Air, cujos voos se limitam a Índia, Tailândia e Nepal. Eu contratei diretamente uma das muitas agências existentes no país, que organizou tudo pra mim.

Assim, depositei o valor das passagens de avião (ida e volta Katmandu-Paro) mais o valor referente ao tempo de permanência (17 dias), que cobriu desde trekking, hotéis, refeições, guias, veículos, ingressos em parques, traslados e até água mineral.

Escolhi voar via Katmandu, capital do Nepal, já que conhecera o país em 2010 por ocasião de trekking ao Mera Peak. Durante o voo, dei a maior sorte em ir sentada no lado do avião que me permitiu ver Everest e Kangchenjunga, 1ª e 3ª montanhas mais altas do planeta.

O reino do Butão, menor que o estado do Rio de Janeiro, está espremido entre China ao norte e Índia ao sul. Seu relevo montanhoso, cortado pelo Himalaia, exibe extensas florestas de coníferas, enfeitadas na primavera por coloridos rododendros. Já no outono, o verde das folhagens é quebrado por tons de vermelho, laranja e amarelo típicos desta estação.

A religião oficial é o budismo, introduzido no século 7 d.c. pelo indiano Guru Rinpoche, e a população não ultrapassa 900 mil habitantes. Para fins administrativos, o país divide-se em 20 distritos (equivalentes a estados), e sua capital, Timfu, é também a cidade mais populosa, com 115 mil almas.

A partir do século 20 a teocracia budista, que até então governara, cedeu lugar ao poder laico, representado pela dinastia Wangchuck. No início do século 21, a última monarquia absolutista do planeta transformou-se numa monarquia constitucional. O país, com isso, sela, em definitivo, seu novo status democrático, conclamando eleições em 2008.

Tais ousadias limitam-se, entretanto, ao campo político, já que as tradições mais ortodoxas do budismo permanecem zelosamente preservadas. Prova disso é o fato de serem ainda os monges os responsáveis pela escolha dos nomes das crianças recém nascidas.

A agricultura de subsistência e a pecuária são os meios de vida de 90% da população. Tanto a arquitetura quanto o vestuário são tradicionais, não fazendo concessão ao estilo ocidental.

A preservação ambiental no Butão é levada super a sério: para cada árvore derrubada, o cidadão tem de plantar outras em substituição. Dois são os esportes nacionais: o popular doego, jogo similar à pelota, usando-se, contudo, pedras achatadas, e o refinado arco e flecha.

O sistema penal contemplou até o reinado de Jigme Dorgi, avô do atual rei, a pena de morte. Uma delas consistia em afogar os criminosos, atirando-os aos rios com mãos e pés atados, carregando às costas um cordão de pedras.

O butanês não fuma muito tabaco, mas, em compensação, adora mascar dhoma, um tipo de noz, semelhante à noz moscada, envolta em folhas largas e verdes de bétula cujo odor é bem desagradável.

Trekking

Como gosto de aliar as atividades esportivas às culturais, comecei pelo popular trekking que vai até as imediações de Jomolhari, a 6ª maior montanha do país (7.134 m).

Na expedição, que durou 8 dias, tive como companhia apenas a equipe: o guia Jigme, o condutor de animais Wangyel, o cozinheiro Sonam e Nidup, pau pra toda obra. O equipamento foi todo carregado em lombos de mulas.

Como era outono [novembro de 2011], predominou céu cinzento, muito frio e queda de neve, embora tenha feito um par de dias ensolarados. Todos os pernoites foram em barraca porque não havia pousadas ao longo do caminho —as poucas casas existentes pertenciam a camponeses.

As refeições, 3 por dia, eram saborosas e fartas. A caminhada começou nos arredores de Paro e terminou no mesmo lugar de onde partimos: uma forte nevasca impossibilitou que atravessássemos o passo Yali La, de modo a permitir que a pernada findasse em Timfu.

O trajeto inicial se deu numa trilha aberta na floresta de pinheiros ao longo do sinuoso curso do rio Paro, cujas águas de coloração turquesa eram um deleite aos olhos.

No 3º dia, saímos da floresta e entramos nos vales de Takethang e Dangochang, limitados por montanhas cujas encostas superiores estavam pintalgadas de neve.

A exuberância da vegetação cedeu lugar a uma paisagem econômica onde só cresciam arbustos de pequeno porte. No solo coberto por gramíneas, rebanhos de yaks pastavam aqui e acolá.

Conforme ganhávamos altitude, menos impetuoso se tornava o rio Paro, adquirindo ares de quase languidez se comparado ao frenético turbilhonar de sua correnteza quando rasgava a floresta nas partes menos elevadas.

Acampamos 2 dias em Jangothang (4.080 m), aos pés do pico principal do Jomolhari, que se manteve escondido por espessa neblina. Somente na volta, no 6º dia, finalmente consegui avistá-lo, coberto de um manto espesso de neve.

Cultura

Terminado o trekking, iniciei a parte cultural da viagem, pernoitando agora em hotéis confortáveis. Como meio de transporte, o confortável SUV Hyundai, dirigido pelo motorista Pema, mais a companhia do falante guia Jamyang.

O primeiro destino foi Timfu, onde pernoitei. Situada num vale, rodeado por montanhas, a cidade, ainda que ostente construções antigas, está se modernizando a toque de caixa.

Limpa, bem organizada, denotando certo cuidado no planejamento urbanístico, suas construções —a maioria edifícios de 4 pisos— obedecem ao padrão arquitetônico butanês.

O burburinho de fim de tarde é o mesmo em todas as cidades do planeta e Timfu não foge à regra. Considerando que a altitude dos lugares visitados não extrapolou os 2 mil metros, os dias foram agradavelmente ensolarados.

No dia seguinte iniciei meu tour cuja cereja do bolo foi assistir a um festival budista no distrito de Bumthang. Embora a distância fosse de apenas 280 km, a viagem durou 2 dias, com pernoites em Phunakha e Trongsa. A estrada, cheia de curvas, corta encostas de montanhas atingindo em certos passos altitude superior a 3 mil metros.

Butão é muito colorido, não só pela paisagem, vestuário de seu povo ou interior dos mosteiros, como pela farta quantidade das bandeiras de orações tremulando nas pontes, ao redor das stupas e nos passos de montanhas.

Conheci os imponentes dzongs ou fortress, prédios enormes, altos e quadrados, pintados de branco, que funcionam como sede administrativa dos distritos e residência dos monges. Alguns estrategicamente construídos à beira de rios e penhascos ou no topo de colinas, como os de Punakha, Trongsa e Paro.

Inesquecíveis as deliciosas paradas para beber chá em terraços de restaurantes donde se avista o cenário luxuoso dos Himalaias e seu cordão de montanhas nevadas, uma ao lado da outra, em absoluta visibilidade.

Em Bumthang, onde permaneci 2 dias, além de visitar os monastérios Tamshing Monastery, datado de 1501, e Kurje Lhakhang, onde se encontram impressões do corpo de Rinpoche, assisti ao festival budista Jambay Lhakhang Drub.

Dentre as apresentações, a mais marcante foi a dança dos homens nus, à meia-noite, iluminados pela luz da fogueira acesa no meio da arena por onde eles desfilavam ao redor do círculo formado pelo público.

Nus em pelo, exceto pelos rostos enfaixados à semelhança de múmias, homens e meninos, muito à vontade, tocavam em seus membros e provocativamente davam barrigadas de modo a encostar seus membros nos espectadores. Infelizmente, fotografias e filmagens foram proibidas durante o espetáculo.

Encerro a viagem visitando, em Paro, Tiger Nest, o monastério cartão-postal do Butão. A trilha, bordejando um abismo, atravessa bosque de pinheiros. Após 50 minutos de caminhada, eis encarapitado a 2.900 metros sobre pequeno platô de montanha, à beira dum precipício, a magnífica construção cujos 4 templos são coloridamente decorados, conforme reza a tradição budista.

A caminho do aeroporto, agradeço intimamente: kardincheyla, gentil povo butanês!

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Aviso aos passageiros 1: Outro país que também está fora do circuito turístico, mas que tem uma rica cultura, é o Laos. Relembre o que o professor universitário Wagner Belinato escreveu sobre o lugar

Aviso aos passageiros 2: O leitor Luís Paulo dos Santos contou ao blog como foi viajar à China e deu dicas de como se virar no país asiático

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Fora do circuito turístico, Laos atrai pelos templos, cachoeiras e cultura asiática https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2019/12/04/fora-do-circuito-turistico-laos-atrai-pelos-templos-cachoeiras-e-cultura-asiatica/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2019/12/04/fora-do-circuito-turistico-laos-atrai-pelos-templos-cachoeiras-e-cultura-asiatica/#respond Wed, 04 Dec 2019 14:02:00 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/15754204975de7025150fcc_1575420497_3x2_md-300x215.jpg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=202 Quando se fala em Sudeste Asiático, os primeiros países citados são Tailândia, Camboja e Vietnã. Poucos se lembram do Laos.

O país, cercado por todos os citados acima e também por Mianmar e China, está fora do circuito turístico de brasileiros.

O professor universitário Wagner Belinato, porém, resolveu dar uma esticada até lá durante sua viagem pela Ásia, entre fevereiro e abril.

Abaixo, ele fala sobre os inúmeros Wats —os templos típicos—, as paisagens com cachoeiras e rios e a história local.

E você? Viajou a algum lugar e gostaria de compartilhar sua experiência? Escreva para o Check-in pelo email checkin.blogfolha@gmail.com

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No Sudeste Asiático, o Laos é o único país sem acesso ao mar. O rio Mekong corta o país e serve de eixo para as cidades mais populosas. A maior delas é Viêng Chăn (Vientiane), capital, na fronteira com a Tailândia. A população total do país é de cerca de 7 milhões de pessoas, distribuídos em cidadezinhas e aldeias por toda sua geografia acidentada e montanhosa.

Não foi muito trabalhoso incluir o país num roteiro de quase três meses pela região. Embora as prioridades fossem o Vietnã, um desejo antigo, e a Tailândia, reservar alguns dias para outros países era simples, já que o maior trabalho é chegar ao Sudeste Asiático.

Foram mais ou menos 40 horas de voo a partir de Maringá, com conexão em Doha, no Qatar. Sair de São Paulo não faz a viagem ser muito mais breve. Depois das conexões e já tendo terminado o planejamento do Vietnã —muita coisa ficou a fazer—, cheguei ao Laos em um voo esvaziado e de pouco mais de uma hora entre Hà Nội (Hanói) e Louang Pha Bang com a Lao Airlines.

É possível fazer o trajeto em ônibus, mas há vários alertas sobre corrupção nas fronteiras no momento de pagar as taxas do visto. Atualmente, é possível solicitar online a permissão de entrada.

A chegada

Aparentemente, não há muitos turistas brasileiros no Laos (ao contrário da Tailândia, onde foi bastante corriqueiro encontrar pessoas falando o nosso português).

O ranking disponibilizado pelo governo local lista que, em 2018, apenas 9.164 cidadãos de países das Américas (exceto Estados Unidos e Canadá) visitaram o país.

De todo modo, não encontrei nenhum compatriota nos dias em que passei lá. Isso talvez explique também por que os blogs de viagem em português contribuíam muito pouco para organizar o roteiro. As melhores informações que encontrei foram em blogs em inglês e francês, principalmente.

Louang Pha Bang

Em Louang Pha Bang, fiquei em um hostel com um trapiche dando para o rio Nam Kham, bem próximo ao encontro com o Mekong. De todos os hostels em que fiquei na Ásia, esse foi um dos mais simples, embora muito bom. Grande parte dos jovens e turistas visitando o local passava as tardes de maior calor no trapiche, bebericando uma Beerlao, lendo ou na internet.

O encontro dos rios Nam Khan e Mekong faz uma espécie de península em Louang Pha Bang. Há vários templos nas ruas principais da cidade, os Wats, e alguns museus —dentro e fora das áreas religiosas dos Wats.

O centro histórico é delimitado também pelo monte Phousi, no topo do qual há, igualmente, um Wat. No centro ou distrito histórico, há ainda vários hotéis, cafés, restaurantes e templos, a região toda basicamente dedicada ao turismo.

Dia e noite

Durante o dia, é possível visitar toda a região do centro histórico a pé, caminhando entre os Wats Xieng Thong, o primeiro quase na confluência dos rios, até tão longe quanto for possível, visitando alternadamente os demais templos —Wat May Souvannapoumaram, Wat Xieng Mouane— museus e o palácio da cidade, com jardins amplos e agradáveis, pausas para o café, o almoço ou um lanche.

Visitar os templos é um exercício de respeito —há códigos de vestimenta— e um jogo de memória, encontrando as semelhanças e diferenças na arquitetura de cada um deles.

Toda a região é patrimônio da Unesco desde 1995 e vários outros prédios coloniais remetem à Invasão e ao período colonial franceses. Também é possível atravessar o rio de barco ou em uma ponte de bambu, que anualmente é reconstruída pela mesma família e todo ano levada pelo rio na época das chuvas. Nessa ponte, existe uma espécie de pedágio: como em todos os lugares, locais pagam uma taxa simbólica, estrangeiros um pouco mais. Do outro lado do rio, um restaurante panorâmico, lanchonetes, outros Wats, vida normal e o aeroporto.

A segunda opção para ocupar os dias é visitar algum dos santuários de elefantes da região, onde é possível ter contato com os animais, alimentá-los, dar banho e até passear com eles. O turismo de elefantes é incentivado pelo governo e a revista de bordo da Lao Airlines trazia dicas de como e onde fazer passeios.

O santuário que visitei, o Manifa Elephant Camp é uma área afastada do centro da cidade, entre as montanhas, onde era também possível se hospedar e, no dia, não havia muitas pessoas —umas 40 ou 50 no máximo. Não há relatos de maus-tratos e o local é bastante bem avaliado nos sites turísticos. O passeio inclui ainda almoço e visita opcional às cavernas da região.

É preciso atenção aos preços, não apenas no Laos, mas em todo o Sudeste Asiático. Convém perguntar o valor sempre antes de escolher algum produto, igualmente no momento de fechar passeios. Para a jornada com os elefantes, a diferença variava de US$ 30 a US$ 135.

Mesmo no hostel o primeiro atendente disse que o passeio de meio dia custava US$ 35, mas, quando fui fechar o pacote, com um segundo atendente, me cobraram US$ 30, liberando o late check-out.

Por fim, a região de Louang Pha Bang possui muitas cachoeiras. A mais visitada é a de Kuang Si, um véu de água que desce das montanhas em vários degraus de piscinas naturais com bordas arredondadas. Além do banho e mergulho, há igualmente locais para almoço —de sobremesa, sorvete de feijão preto— e passeios que levam até a fonte da cachoeira, montanha acima.

Cada uma dessas opções garante atividades para um dia. Para todos os lugares se vai de van, carro privado ou tuc-tuc, conforme o gosto, o bolso e a conveniência. Para os motoristas de tuc-tuc, parece sempre ser mais vantajoso acompanhar um grupo pequeno de turistas durante todo o dia do que esperar corridas avulsas pela cidade e todos vão oferecer o passeio.

No pôr do sol, de volta à cidade, os turistas todos subimos o monte Phousi, ao lado do centro, para acompanhar as orações budistas e assistir ao pôr-do-sol nas montanhas a partir do Chom Si Wat. É o melhor local para observar toda a região da cidade e fica lotado até depois do anoitecer.

Quando a noite cai, os turistas estrangeiros se aglomeram no mercado noturno, igualmente na rua principal e em algumas quadras paralelas. É um excelente local para comer, com peixes assados e pratos típicos feitos pela população local, sentado em tapetes no chão ou em banquetas espalhadas por todo o espaço.

O local tem igualmente uma feira de artesanato e, entre as centenas de itens —lanternas, sombrinhas, tecidos— que chamam a atenção de quem passa, uma barraca se destaca, com amuletos, chaveiros e talheres feitos das bombas jogadas pelos americanos na região na época da Guerra Secreta, paralela à do Vietnã.

A capital

No caminho entre norte e sul, Louang Pha Bang e Pakxe, tomei um dia para descansar em Viêng Chăn, a capital do país, em vez de Vang Vieng, a cidade dos esportes radicais.

O passeio pela capital inclui, a partir da fronteira com a Tailândia, a própria observação da fronteira, o passeio público pelo rio, onde está a feira noturna da cidade —e as melhores opções para comer local—, o marco do quilômetro zero do Laos e, saindo para a avenida principal, o Patuxai, o Portão da Vitória, inspirado nos arcos do triunfo europeus, mas decorado de modo local e peculiar. Mais adiante, a estupa dourada —realmente coberta de ouro, no Pha That Luang, que não foi possível visitar por conta do tempo.

Pakxe

Pakxe, no sul do Laos, é uma cidade charmosa e pequena, onde se pode fazer quase tudo a pé ou de bicicleta. O principal da cidade também fica no encontro de dois rios, o Xe Don e, novamente, o Mekong. A arquitetura segue o padrão e mistura da colonização francesa e de arquitetura local, com templos por todos os lados.

Atravessando o Mekong, o Wat Phousalao tem uma gigantesca estátua de Buda olhando pela cidade. As escadarias são longas e a subida, cansativa, mas a vista é recompensadora e pode-se admirar toda Pakxe do alto. Ao lado do passeio no rio, há uma espécie de praça de alimentação feita de contêineres, com opções locais e estrangeiras, não muito longe do mercado da cidade.

A partir de Pakxe se pode, igualmente, explorar o platô do Bolaven, visitando plantações de café na região, com degustação, cachoeiras —opção de esportes radicais— tribos e pequenas aldeias, entre as quais uma em que os habitantes constroem e guardam seus próprios caixões embaixo das casas, elevadas, o que cria um espaço de trabalho coberto para fugir do calor extremo.

Não muito longe da cidade é possível também visitar as ruínas de Champasak, uma espécie de Angkor Wat (Camboja) em menor tamanho —às quais não fui. As agências em que passei insistiam que não ofereciam passeios coletivos, apenas carros privados, o que sairia bastante caro. Nesse caso, o hostel tampouco tinha uma opção de visitação.

O Laos oferece um turismo mais pitoresco e distendido que seus vizinhos mais conhecidos e as pessoas que encontrei viajando pelo país faziam dois tipos de roteiro: ou iniciavam ao norte, em Louang Pha Bang, como eu, ou pelo sul, em Pakxe.

Algumas alugavam ou mesmo compravam motos para fazer também roteiros alternativos. O roteiro principal inclui ainda a capital, Viêng Chăn, e a cidade de Vang Vieng, point jovem do país. Embora eu tenha organizado tudo antes da viagem, é possível viajar mais livremente e, com alguma folga no calendário, sempre se encontra ônibus e hospedagem disponíveis.

Fala-se inglês ou francês na maioria dos locais de interesse turístico e os laosianos são muito solícitos com os turistas, muitas vezes falando em mímica mesmo. Do mesmo modo, a maioria dos cardápios está traduzido e com imagens, assim, quando não for possível ser compreendido, basta apontar a opção desejada para comer.

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Aviso aos passageiros 1: O leitor Luís Paulo dos Santos contou ao blog como foi viajar à China e deu dicas de como se virar no país asiático

Aviso aos passageiros 2: Caso você pretenda viajar ao Sudeste Asiático, veja como e onde tirar o certificado de vacina contra febre amarela

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Veja dicas para se virar na China, visitar a Muralha e conhecer parque montanhoso https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2019/09/18/veja-dicas-para-se-virar-na-china-visitar-a-muralha-e-conhecer-parque-montanhoso/ https://checkin.blogfolha.uol.com.br/2019/09/18/veja-dicas-para-se-virar-na-china-visitar-a-muralha-e-conhecer-parque-montanhoso/#respond Wed, 18 Sep 2019 13:16:41 +0000 https://checkin.blogfolha.uol.com.br/files/2019/09/muralha-300x215.jpg https://checkin.blogfolha.uol.com.br/?p=111 A China, com sua história milenar e seus inúmeros pontos turísticos, está no imaginário de muitas pessoas. Tanto é que um relatório da empresa de pesquisa global Euromonitor International, do ano passado, aponta que até 2030 o país asiático será o destino turístico mais visitado no mundo.

O leitor Luís Paulo dos Santos ficou 28 dias na China a trabalho, em 2017, e agora compartilha suas impressões sobre a nação governada por Xi Jinping.

Para conseguir o visto, Luís Paulo precisou apresentar ao consulado chinês a carta convite da empresa para quem prestaria serviço, uma cópia das passagens e da reserva do hotel, e até o roteiro da viagem. Dentro do país, ele visitou a Muralha da China e o Yuntai Mountain, um parque montanhoso com cachoeiras, trilhas e templos budistas.

Você fez alguma viagem e quer compartilhar sua experiência com os outros? Mande seu relato para o blog Check-in pelo email checkin.blogfolha@gmail.com.

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Na chegada, a primeira impressão corresponde às parcas informações que temos da China. Inúmeros soldados, caras fechadas e muito controle. E é assim em todas as estações: de trem, rodoviária ou aeroporto. Nesses locais há revista, checagem de bagagem e detector de metais.

Para uma comodidade maior é aconselhável baixar o aplicativo Wechat (uma espécie de WhatsApp). Nele, você cadastra seu cartão de crédito –desde que seja internacional, obviamente– e assim consegue efetuar pagamentos por meio do QR code, além de ter acesso aos pontos de wi-fi públicos, principalmente nas estações.

A comunicação não é fácil, pois o inglês não é muito difundido e inclusive em locais turísticos é incomum encontrar atendentes que falem o idioma. Sempre peça no hotel para o pessoal escrever em um papel as informações que você pode precisar, como endereços. Aí é só mostrar para o taxista.

Em Pequim, é aconselhável pegar o mapa do metrô e utilizá-lo para locomoção, pois é muito barato e muito mais rápido, visto que os pontos turísticos são engarrafados. Além disso, muitos taxistas rejeitam os chamados quando são para esses lugares. Sim, você encontrará motoristas que se recusarão a levá-lo a locais onde tenha engarrafamento.

Observe sempre o sentido do metrô através das placas que identificam a estação destino e a estação de origem, pois no subterrâneo é muito fácil perder a noção de localização.

Para visitar a Cidade Proibida é fácil, pois ela está no centro da capital e você compra o ingresso no local sem dificuldades. Tem um ótimo restaurante no interior e muito espaço arborizado para descansar depois do almoço, já que é uma visita que vale a pena passar o dia. É muita coisa para ser vista: o Jardim Imperial, as Torres de Guarda, o Museu com os presentes recebidos pelos imperadores, as jóias e roupas imperiais –tudo muito lindo!

Para a Muralha, é recomendável agendar pelo hotel, pois alguns têm convênio com uma empresa de turismo que pega os hóspedes bem cedo e os traz de volta ao anoitecer. Entre as seções da Muralha que podem ser visitadas, há duas em especial: Badaling (tem melhor estrutura e é mais cheia) e Mutianyu (mais tranquila). No caminho, a empresa passa em outros locais para visitação. No trajeto para Badaling, visitamos a tumba do imperador nas montanhas e o Dibao Silk of Beijing, uma loja que tem dentro um museu da seda (bom local para compras da legítima e famosa seda chinesa), onde também é o local do almoço –já incluso no valor pago no hotel pelo passeio, assim como os ingressos. Para ir até a seção de Mutianyu, também visita-se os soldados de terracota.

Na muralha, escolha subir de teleférico (é mais rápido), porém prepare-se para uma longa caminhada em trilha íngreme. A muralha acompanha as curvas da montanha e os pontos mais altos são as melhores vistas. Leve uma mochila com alimentos e água, já que os locais para comer não são muito convidativos.

Pequim é uma metrópole com muitos locais para visitar, como o zoológico (Beijing Zoo), que é fantástico, e também pontos históricos e culturais. É uma cidade muito limpa, enquanto limpeza urbana, mas o ar é poluído e dependendo do tempo podemos sentir mais ou menos os efeitos.

Sobre alimentação, se você optar pela gastronomia local, esqueça a comida chinesa servida no Brasil, já que aqui ela é temperada para agradar nosso paladar. Lá é muito diferente, já que eles não utilizam sal e temperos, e pimentas são a base dos alimentos. Como há muitas redes de fast food ocidental por lá, se não lhe apetecer a culinária local, pode-se apelar para aquilo que já comemos por aqui. Até mesmo para comprar uma água é importante se informar e prestar atenção nos rótulos, pois são inteiramente em mandarim e tem muita água saborizada.

Não se assuste, mas você não encontrará policiais pelas ruas, no máximo agentes de trânsito. E nas estações será abordado pelos “táxis” clandestinos. Não recomendo utilizar esses serviços.

Jiaozuo, segunda cidade que visitei, fica a cerca 700 km de Pequim (2h20 de trem-bala). Recomendo ir o Yuntai Mountain, um parque montanhoso com cachoeiras, trilhas, templos budistas, passarela de vidro e muita natureza. O ingresso não é muito barato, mas vale a pena, pois você paga a entrada e lá dentro tem muitos ônibus subindo e descendo a montanha, levando as pessoas para os mais diversos locais a serem visitados. Como são todos longe uns dos outros, é melhor planejar seu roteiro lá dentro.

O deslocamento do centro da cidade até a montanha, bem como o retorno, deve ser feito de táxi, pois não tem ônibus até o local. Para pegar o táxi de retorno à cidade, deve-se descer numa parada antes da entrada do parque, que é o local onde ficam os veículos. Nessa cidade também tem muitos parques e shoppings para visitar, e os preços são convidativos.

As passagens do trem-bala devem ser compradas antecipadamente pela internet.

A China é um local com suas dificuldades de comunicação (poucos falam inglês e muitas placas em mandarim) e a alimentação requer cuidados, mas é um país muito bom de ser visitado, com uma cultura incrível e uma boa estrutura de estadia e locomoção. Não me arrependi e ainda quero voltar, pois quero ir a Xangai e Hong Kong.

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Aviso aos passageiros 1: Se você tiver apenas algumas horas para conhecer Pequim (por causa de alguma conexão), veja estas sugestões para aproveitar bem um dia na capital chinesa

Aviso aos passageiros 2: Caso você tenha mais tempo e queira aproveitar a viagem à China para “dar um pulo em outros países”, Hangzhou, no leste do país, tem uma réplica de Paris, com direito a uma torre Eiffel de 108 metros (a original tem 324)

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